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Quem é quem na Comissão liderada por von der Leyen?

epaselect epa07719767 German Defense Minister Ursula von der Leyen and nominated President of the European Commission delivers her statement at the European Parliament in Strasbourg, France, 16 July 2019. EPA/PATRICK SEEGER EPA

A futura presidente da Comissão Europeia quer "a UE a liderar a transição para um planeta saudável e um novo mundo digital", prometendo "ações ousadas contra as alterações climáticas, construindo uma parceria com os Estados Unidos", sem esquecer as relações com o exterior.

"Definiremos as nossas relações com uma China mais auto-afirmativa e seremos um vizinho confiável, por exemplo, para a África", promete von der Leyen, esperando que a nova equipa seja capaz de "defender os nossos valores e padrões a nível mundial".

Entre as prioridades do futuro executivo comunitário, Ursula von der Leyen nomeia as "alterações climáticas, tecnológicas e demográficas", que pressionam as "nossas sociedades e modo de vida".

Mas quem é a equipa que, de acordo com a expectativa da futura presidente, "moldará o rumo europeu"?

No topo, o colégio de comissários será composto por três vice-presidentes executivos, que "terão uma dupla função", sendo responsáveis por cada um dos três tópicos principais da agenda e, simultaneamente, comissários.

1 - O vice-presidente executivo Frans Timmermans, da Holanda coordenará os trabalhos do Acordo Verde Europeu, bem como a gestão da política de ação climática, com o apoio da Direção Geral de Ação Climática.

2 - A vice-presidente executiva Margrethe Vestager, da Dinamarca, vai coordenar a agenda "numa Europa adaptada à era digital", acumulando com as funções de comissária da concorrência, em articulação directa com a Direção-Geral da Concorrência.

3 - O letão e vice-presidente executivo Valdis Dombrovskis será o coordenador da pasta "uma economia que funciona para as pessoas", e ao mesmo tempo comissário para Serviços Financeiros, trabalhando com a Direção-Geral de Estabilidade Financeira, Serviços Financeiros e União dos Mercados de Capitais.

O futuro Colégio de comissários contará com oito vice-presidentes, que vão determinar "as prioridades das diretrizes políticas". Serão os vice-presidentes a orientar o trabalho "nas questões mais importantes, como o Acordo Verde Europeu, uma Europa adequada à era digital, uma economia que trabalha para as pessoas, protegendo o nosso modo de vida europeu, uma Europa mais forte no mundo e um novo impulso pela democracia europeia".

Quem são os outros cinco vice-presidentes?

O atual ministro espanhol dos Negócios Estrangeiros, Josep Borrell vai ficar responsável por concretizar na prática o slogan "uma Europa mais forte no Mundo", através do qual, a futura presidente da Comissão Europeia designa o cargo de Alto Representante para a Política Externa para que está designado.

A ainda comissária da Justiça, a checa Věra Jourová ficará responsável pela área dos "Valores e Transparência", da qual dependerá directamente a pasta da Justiça, abrangendo ainda tópicos como o Estado de Direito.

O antigo porta-voz da Comissão Europeia, o grego Margaritis Schinas responsável pela pasta da "Proteção do nosso modo de vida europeu", lidando, por exemplo, com a área de imigração e fronteiras.

O eslovaco que é actualmente vice-Presidente da Comissão Juncker, Maroš Šefčovič será o titular da pasta das "Relações Interinstitucionais e Providência";

A futura comissária Dubravka Šuica, a eurodeputada Croata, ficará com o dossier da "Democracia e Demografia", liderarando os trabalhos da parte da Comissão, na Conferência sobre o Futuro da Europa.

A restante equipa de Ursula Von der Leyen será composta por mais 18 membros, entre os quais consta o nome de Elisa Ferreira. Foi deputada do Parlamento Europeu deste 2014, tendo saído em 2016, para ser Vice-Governadora do Banco de Portugal, cargo que ocupará até à entrada em funções do futura Comissão. Elisa Ferreira foi também ministra do Planeamento e ministra do Ambiente. Ficará na liderança da "Coesão e Reformas".

O austríaco Johannes Hahn será responsável pelo "Orçamento e Administração", ficando na dependência directa da presidente da Comissão, Ursula von der Leyen.

O atual ministro belga dos Negócios Estrangeiros, Didier Reynders, aproveitará a sua formação em Direito, para liderar a pasta da Justiça, acumulando com o tópico do Estado de Direito. Em anteriores governos, Reynders foi ministro das Finanças, e ministro da Defesa.

A atual comissária búlgara Mariya Gabriel cessa funções na pasta da Energia e Digital e ficará responsável pelo dossier da Inovação e Juventude.

Stella Kyriakides é uma psicóloga médica "com muitos anos de experiência na área de assuntos sociais, saúde", que substituirá o lituano Vytenis Andriukaitis, enquanto a comissário da Saúde.

A Estónia assegura a pasta da Energia, com a liderança do antigo deputado e ministro de Assuntos Económicos e Infraestruturas, Kadri Simson.

Jutta Urpilainen foi ministra das Finanças e deputada no parlamento finlandês. Mas é o seu trabalho "como enviada especial à Etiópia", que merece destaque para lhe ser entregue a pasta das Parcerias Internacionais.

França continua sem chegar a ter uma vice-presidência da Comissão, mas a antiga eurodeputada Sylvie Goulard será comissária do Mercado Interno, liderando o trabalho do executivo na política industrial, e na promoção do Mercado Único Digital. Também será responsável pela nova Direção-Geral da Indústria e do Espaço de Defesa.

László Trócsányi é o ex-Ministro da Justiça da Hungria, que vai liderar a política de Vizinhança e Alargamento.

Phil Hogan é o atual comissário da Agricultura, que vai passar para a pasta do Comércio.

O ex-primeiro-ministro italiano e ministro de Relações Externas, Paolo Gentiloni (Itália) vai liderar a pasta da Economia.

Virginijus Sinkevičius tem 28 anos, é ministro da Economia e Inovação na Lituânia, será responsável pelo Ambiente e Oceanos.

A pasta do Emprego será entregue ao luxemburguês Nicolas Schmit, antigo eurodeputado, e antigo ministro do Emprego.

Helena Dalli, de Malta, foi ministra do Diálogo Social, Defesa do Consumidor e Liberdades Civis, e também como ministra dos Assuntos Europeus e da Igualdade, ai liderar o dossier da Igualdade.

O polaco Janusz Wojciechowski foi membro do Parlamento Europeu, na comissão de Agricultura. Atualmente é membro do Tribunal de Contas Europeu. Vai gerir a maior fatia do orçamento comunitário, na pasta da Agricultura.

Rovana Plumb, eurodeputada e ex-ministra nacional do Meio Ambiente e Alterações Climáticas, ministra do Trabalho, ministra dos Fundos Europeus, ministra da Educação e ministra dos transportes, na Roménia. Ficará com a pasta dos Transportes.

Janez Lenarčič é um diplomata esloveno. Foi Secretário de Estado dos Assuntos Europeus e será responsável pela pasta da Gestão de Crise.

Ylva Johansson é ministra sueca do Emprego. Foi ministra das Escolas e ministra da Saúde e Assistência à Pessoa Idosa e membro do Parlamento sueco. Na equipa de von der Leyen ficará responsável pelos Assuntos Internos.

João Francisco Guerreiro