À frente dos transportes ou da proximidade ao trabalho, segurança da zona é o fator mais importante para os jovens quando escolhem uma casa para viver.
Cerca de 78% dos jovens portugueses não vivem onde gostariam. A conclusão é de um estudo do Observatório do Mercado da Habitação em Portugal, da imobiliária Century 21.
O trabalho, prefaciado pela secretária de Estado da Habitação e pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, faz um retrato da forma como os mais jovens, dos 18 aos 34 anos, encaram o presente e o futuro da casa onde vivem e onde esperam vir a viver num futuro mais distante.
Jovens também têm "cultura do proprietário"
Apesar de muito se falar, há décadas, nas vantagens do arrendamento, o documento conclui que "os jovens portugueses mantêm ainda uma forte cultura de proprietário, à semelhança do que se verifica nas gerações anteriores".
Os números resultantes do inquérito revelam que 53,8% dos portugueses com idades entre os 18 e 24 anos preferem viver em casa própria, com tendência crescente à medida que aumenta a idade.
A alternativa do arrendamento é preferida apenas por 36,7% dos jovens, quer seja para viver em casal (25,6%), sozinho (8,5%) ou com amigos (2,6%).
Quando pensam num futuro mais distante, daqui a cinco ou oito anos, imaginando que têm um emprego e um salário razoável, em situação estável, a opção pela compra é ainda mais dominante: 87,9% dos jovens preferem casa própria e apenas 12,1% uma casa arrendada.
Maioria quer viver noutra zona
O estudo também revela que os jovens estão, em geral, satisfeitos com a habitação atual, mas 78,1% assume que não vive onde gostaria, sendo que a razão mais referida passa pela falta de recursos económicos para viver na habitação desejada.
Na escolha da casa ideal para o futuro, os jovens consideram como muito importante, em primeiro lugar, a segurança da zona (68,2%), seguido dos fatores qualidade de construção (60,4%) e a eficiência energética (49%).
Os fatores anteriores são considerados mais relevantes, para a maioria, do que, por exemplo, os transportes públicos (apenas muito importante para 29,4%), a proximidade com o trabalho (28,6%) ou a proximidade a familiares e amigos (21,4%).