Jacinto Amaro adianta ainda que só a possibilidade da criação de um partido que vá ao encontro dos valores da FENCAÇA pode servir como uma forma de servir de contraditório a partidos com a ideologia do PAN.
Preocupada com o peso que o PAN poder ter num futuro governo, a Federação Nacional das Zonas de Caça Associativas admite criar um partido que possa defender os interesses do mundo rural e do ambiente.
A notícia foi avançada pelo Público e, em declarações à TSF, Jacinto Amaro, presidente da FENCAÇA, confirma essa possibilidade, sublinhando, contudo, que apenas o fará em último recurso.
"Aqueles que eu vejo preocupados com o ambiente, preocupados com a conservação da natureza são os caçadores, os agricultores, aqueles que todos os dias procuram fazer o mundo rural melhor e que se mantêm resilientes. Todas as medidas que o PAN avança vão no sentido de uma desertificação ainda maior do mundo rural. Isso para nós é uma questão preocupante. Aquilo que queremos é inverter essa tendência", começa por dizer Jacinto Amaro à TSF.
Jacinto Amaro adianta ainda que só a possibilidade da criação de um partido que vá ao encontro dos valores da FENCAÇA pode servir como uma forma de servir de contraditório a partidos e movimentos como o PAN.
"Estamos a encostar à parede. A última coisa que nós queríamos era termos de avançar para a criação de um partido político que congregasse todos os agentes do mundo rural, todos os apaixonados pela caça, pelas pescas, os produtores hortícolas, os produtores pecuários, etc.A agroindústria depende do leite, da carne, que depende essencialmente deste mundo rural."
O presidente da FENCAÇA afirma que, nos diferentes setores, representa centenas de milhares de pessoas. Jacinto Amaro diz que só decidiu avançar agora com a ideia de formar um partido ou plataforma não porque os partidos tradicionais tenham falhado, mas porque o PAN é uma ameaça cada vez maior.
"Um reforço do PS e a maioria absoluta do PS a nós não nos traria problemas tal qual como dizemos. Temos um ministro da Agricultura que apoia deliberadamente a caça, temos um secretário de Estado que apoia a caça e um conjunto de deputados que estão na maioria do nosso lado. O problema é o PS necessitar do PAN [para fazer Governo]. Daí, era uma conjuntura de que não estávamos à espera. Vale mais tarde do que nunca, e aquilo que nós queremos transmitir a esses partidos é que tenham cuidado, porque vão ter uma resposta a seguir", remata.