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A líder centrista não acredita que o PS consiga a maioria absoluta, mas reforça, ouvida no Fórum TSF, que os eleitores de centro-direita não devem pensar que a vitória já está garantida para os socialistas.
"Um país excessivamente virado à esquerda não dá espaço para sonhar com ambição e para podermos concretizar objetivos de vida profissional, familiar..."
A líder do CDS acredita que Nuno Magalhães vai ser eleito por Setúbal, e explicou, no Fórum TSF, que repete o alerta dos riscos que existem de a esquerda conquistar dois terços do Parlamento para que os portugueses não pensem que já há um vencedor.
"O meu dever é chamar a atenção para este risco, sobretudo se as pessoas do centro-direita entenderem que já há um vencedor nas eleições e desmobilizarem".
No entanto, a líder centrista não acredita que o PS consiga a maioria absoluta.
"Devia penalizar-se o PS, porque a repetição de situações em que alguém se comporta mal é excessiva. Cinco membros do Governo saíram porque foram constituídos ou estão prestes a ser constituídos arguidos."
Preocupada com a sustentabilidade ambiental, defende que a exploração da travessia do Tejo deve ser aberta a operadores privados. Na segunda-feira, o primeiro-ministro disse que só Assunção Cristas e Donald Trump pedem a redução do imposto sobre os combustíveis. A resposta chegou no Fórum TSF.
"António Costa primeiro veio justificar que primeiro tinha que carregar mais no imposto sobre gasolina e gasóleo, porque o petróleo baixou e a receita fiscal através do IVA baixou e era só para compensar essa perda. Mas na verdade assistimos a mil milhões de euros retirados às pessoas e empresas, e o primeiro-ministro, como tem muita habilidade, resolveu encontrar uma justificação ambiental."
Assunção Cristas defende um estatuto fiscal para o interior "que passa pelo IRS a metade da taxa, IRC a 10%, descontos das portagens e títulos de transporte..."
Assunção Cristas admite que o passado governativo é um peso, mas do qual sente orgulho, e desvaloriza as sondagens que apontam para uma queda do partido. A líder do CDS frisa que o dia 6 é o mais importante.
Assunção Cristas responde à pergunta de um ouvinte, preocupado com o acesso a creches e os outros níveis de ensino. "É mais barato contratualizar as creches e pré-escolar do que esperar pela construção de novas escolas públicas. Nem todas as famílias têm capacidade de pagar um jardim-de-infância", refere.
"O CDS vê com muito bons olhos uma ferrovia ligeira e abrir a operadores privados a travessia do Tejo", assinala, enquanto realça "situações dramáticas" referentes à atuação das duas empresas públicas que realizam o transporte.
Poucos transportes públicos no interior e preços elevados nos combustíveis. "O que é que o estatuto fiscal para o interior fará por estes problemas?" Esta é a pergunta de um dos ouvintes, à qual Cristas responde que o desequilíbrio populacional e de rendimentos no interior faz com que Portugal "tenha de negociar com Bruxelas".
De entre sete medidas que o CDS sugeriu ao Parlamento, a líder partidária refere três dos benefícios de que o interior deve usufruir: pagar metade do IRS, IRC deve ser de 10% e custos de portagens e transportes devem ser deduzidos.
Quanto ao problema do preço dos combustíveis, Cristas aponta o dedo ao Governo. Desde que houve o aumento da sobretaxa, para abastecer um carro médio, são necessários mais 18 litros de gasóleo e 11 litros de gasolina, de acordo com os cálculos do CDS.
O que será uma vitória para o CDS? Manter os 18 deputados? A líder do CDS responde a Manuel Acácio: "A nossa ambição é contribuir para políticas que devolvam a esperança a Portugal."
Não temos um país verdadeiramente seguro e livre." "No centro de direita, o voto seguro é no CDS", frisa Assunção Cristas, que elenca diversos pontos críticos na gestão do Executivo. E que áreas ainda é necessário melhorar?
Descentralização? O importante é "atrair investimento"
"É preciso estudar para o território em malha fina, atendendo às diferentes realidades. Discute-se muito a administração e a descentralização, mas o foco deveria ser atrair o investimento privado", considera Cristas.
Autoridade Tributária e Aduaneira "ataca as pessoas"
"Não se justifica uma carga fiscal máxima quando já estamos numa situação de normalidade", afirma a líder do CDS, que acusa a Autoridade Tributária de "atacar as pessoas".
Cristas defende também que um país "muito virado à esquerda" não tem a "ambição necessária".
Apostar nas forças de segurança é "fundamental"
A líder do CDS aponta que faltam forças de segurança, e assinala "vazio de presença de elementos da GNR".
"O CDS tem feito sempre essa proposta, embora saibamos que a atratividade para o mundo rural não está muito desenvolvida. Apostar na GNR no território mais alargado e na PSP nas grandes cidades é fundamental."
"Criar o estatuto do denunciante"
Sobre as possíveis irregularidades dos elementos do CDS, Cristas aponta combate "feroz" à corrupção como prioridade.
"Meios com estabilidade, técnicos especializados na área da informática e contabilidade, apoio técnico sofisticado e melhorar a legislação" são algumas das soluções apontadas pela líder centrista. "Criar o estatuto do denunciante e do arrependido" é outro dos mecanismos para "partir esses megaprocessos".
"O estatuto do arrependido" trará mais eficácia, considera Assunção Cristas.
Assunção Cristas quer que o Ministério Público tenha membros nomeados pelo Presidente da República e uma maioria de magistrados.
Cristas quer Presidente da República com mais poderes: "Entendemos que o PR, eleito por sufrágio direto, deve ter um papel mais preponderante na área da Justiça, para nomear membros para conselhos superiores e fortalecer a independência."
Já questionada sobre a volta de Manuel Monteiro ao CDS, a centrista atira que "o CDS não pode desperdiçar qualquer voto".
Cristas critica a presunção de que o Partido Socialista é um líder certo. A centrista aponta que é possível ainda vencer as Legislativas se os eleitores forem realmente votar, sem pensar nas sondagens e sem presumir que já está tudo perdido.
Sobre a geringonça, Assunção Cristas afirma: "Parece que se zangam, mas, no momento certo, juntam-se todos."
A líder do CDS não acredita numa maioria absoluta do PS, partido ao qual aponta reformas "bastante mais à esquerda", embora considere que o BE "radicalize".
"Partido dos valores católicos, defensor da natalidade e contra a ideologia de género?"
Questionada sobre a falta de reivindicação quanto aos contentores da ala pediátrica no Hospital S. João, sobretudo por o CDS ser um "partido dos valores católicos e defensor da natalidade", Assunção Cristas discorda, e aponta que CDS foi uma "voz ativa" contra as condições das crianças internadas.
O mesmo ouvinte pergunta à centrista se defende a lei de igualdade de género nas escolas, já que a "direita não pode ir com Deus e o diabo".
"A natalidade é o segundo eixo do nosso programa eleitoral, e é-me uma causa particularmente cara", refere Cristas.
"Com inspiração do partido social da Igreja" e "contra a doutrina de ideologia de género nas escolas". É assim que Assunção Cristas caracteriza o CDS-PP, apesar de ser "a favor da doutrinação da liberdade das pessoas, exceto no âmbito da escola".
"Ideologia de género?"
"A opinião dos pais deve contar", defende Cristas, sobre as medidas de identidade de género aplicadas à escola. Assunção Cristas argumenta que o "CDS é a favor da autonomia das escolas", mas contra "imposição de conteúdos sem relevância científica".
"Conseguia viver com 340 euros?"
A resposta é não, e a líder centrista aponta a solução "possível".
Assunção Cristas afirma que só se pode aumentar pensões "inaceitáveis" criando "condições para gerar riqueza". "Temos de criar condições no nosso país para as pessoas trabalharem melhor e com mais força criadora. A minha resposta é estrutural. Nós temos de ter mais ambição e fazer crescer o país. É isso que vemos nos países mais ricos, que dão espaço aos sonhos das pessoas."
Legislatura do PSD e CDS foi "positiva"
De acordo com a líder do CDS, após a coligação com o PSD, a legislatura terminou com "valores positivos". Baixar o IRS só foi possível "no último ano, mas começou aí". "Foi feito um grande trabalho, mesmo durante a ação da Troika", afirma Assunção Cristas.
Depois dos impostos de Vítor Gaspar, a carga fiscal de Centeno. "Ainda não devolvemos o dinheiro às pessoas", constata.
A "lei do eucalipto" é um "legado mau"
Assunção Cristas explica que a lei que introduziu não foi prejudicial, porque o que importa "é a gestão da floresta, e esta é certificada".
"A lei não liberalizou a plantação do eucalipto, mas levou a uma maior transparência do que era plantado."
O aumento da área do eucalipto deve-se mais ao último Governo, acrescenta Cristas.
Cristas quer dar mais autonomia aos hospitais e criar centros de responsabilidade integrados
936 dias de espera. É este o tempo exigido para marcar uma consulta de ortopedia no hospital Garcia de Orta, de acordo com a líder centrista. O CDS critica um "modelo que está demasiado dependente do Ministério da Saúde".
O CDS quer ainda "discutir a lei da greve". "Não está ajustada à economia atual. Não dizemos qual é a solução no programa eleitoral, porque acreditamos muito na concertação social", fundamenta Cristas.
A líder centrista quer atribuir "eficácia à obrigatoriedade dos serviços mínimos", apesar de considerar que esta "não pode ser uma solução normal num país democrático".
"Agricultura é parte da solução das questões ambientais"
"A questão dos fogos trata-se ao nível da gestão do território. Muitas áreas ficaram ao abandono e sem agricultura", afirma a líder do CDS.
No Fórum TSF, assevera ainda que é necessário "desenvolver mecanismos de intervenção rápida" e ter uma mão mais pesada, quando os incêndios são de origem dolosa.
"Em nenhuma circunstância pensará num acordo com o partido socialista?"
Cristas rejeita qualquer acordo com o PS, depois de o CDS ter sido uma "oposição firme, durante quatro anos".
"O Partido Socialista tem muita gente com quem se entender", remata.