Rui Rio quer dar protagonismo a sociais-democratas "sem tiques nem manhas". Um elogio aos jovens com farpas internas servido num almoço em Beja.
As pacatas vinhas alentejanas podem ser muito diferentes das do Alto Douro Vinhateiro, mas de copo na mão a pronúncia do norte e o sotaque alentejano são irmãos.
"Aqui em Beja - e eu que sou do Norte - devo dizer que estou particularmente sensível", disse Rui Rio em declarações aos jornalistas à chegada a uma Adega na Vidigueira, onde a comitiva social-democrata parou para almoçar.
"O Alentejo merece mais", reforça. "Com um investimento relativamente reduzido para aquilo que é a escala nacional podíamos dar aqui um impulso muito importante desta região. Dinheiro que muitas vezes é pouco relativamente à Área Metropolitana do Porto ou de Lisboa dava aqui um efeito multiplicador muito grande."
Antes de um passeio entre cubas e barricas de vinho, Rui Rio reiterou as palavras que proferiu esta manhã no Fórum TSF a propósito dos críticos internos, ainda que sem avançar nomes. "As pessoas que durante um ano e tal andaram a procurar destruir o partido, destruir a minha a liderança, chegar à ultima da hora e dizer que apoiam é uma grande hipocrisia."
A política não é como o vinho. Entre sociais-democratas não há vintage que valha mais do que uma nova colheita. Os candidatos pelo círculo de Beja são, por isso, jovens "sem tiques e sem manhas" para "trazer ar fresco à política".
Sobre Henrique Silvestre Ferreira, cabeça de lista por Beja, o líder do PSD garante que apesar da parca idade já tem trabalho para mostrar, ao contrário dos que têm "muita experiência de aparelho e pouca experiência na vida".
"Experiência já está a minha, chega e sobra", diz Rui Rio.
Por outro lado, admite, "entrarem dois deputados para o PSD em Beja pode ser um bocadinho difícil". Repetindo-se a 6 de outubro o cenário de 2015 o PSD só consegue eleger um deputado, atrás de socialistas e comunistas na contagem dos votos.