Política

Acusação do MP sobre Tancos "já é suficientemente grave" para se especular

Manuel de Almeida/Lusa

Catarina Martins não quis responder sobre se acredita que o primeiro-ministro sabia do encobrimento da recuperação do armamento roubado em Tancos.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, considerou esta sexta-feira que a acusação do Ministério Público sobre o caso de Tancos "já é suficientemente grave" para se "fazer especulações" sobre matérias que não se conhecem.

Durante uma manifestação, em Braga, no âmbito da greve climática global, Catarina Martins foi questionada, inúmeras vezes, sobre o caso de Tancos, em concreto sobre as críticas da direita ao PCP e BE por terem aprovado o relatório da comissão de inquérito e também sobre as declarações de Rui Rio neste processo.

"Eu acho que é extraordinariamente grave a acusação do Ministério Público e digo que olhando para a acusação do Ministério Público já é suficientemente grave para termos que fazer especulações sobre matérias que não conhecemos porque isso é talvez, enfim, até desviar de acusações que temos que saber e de certezas que temos de ter", respondeu.

A declaração surgiu após lhe perguntarem se acreditava que o primeiro-ministro não sabia do encobrimento da recuperação do armamento roubado em Tancos, uma vez que a acusação do Ministério Público diz que o então ministro da Defesa, Azeredo Lopes, tinha conhecimento, apesar de sempre o ter negado.

Sobre a comissão de inquérito, a líder do BE reiterou o que já tinha dito na quinta-feira, que o relatório foi aprovado com base nos factos que à altura se conheciam.

"O Ministério Público não diz que o parlamento conhecia factos e que os ocultou. Não, diz que houve gente a mentir à comissão parlamentar de inquérito", observou.