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Turquia rejeita avisos de que ofensiva na Síria leve a uma crise humanitária

Recep Erdogan, presidente da Turquia Epa

Depois das críticas ao ataque turco na Síria, o Ministério dos Negócios Estrangeiro daquele país rejeitou quaisquer acusações.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco rejeitou hoje os avisos de que a ofensiva militar da Turquia no nordeste da Síria levaria a uma crise humanitária e a um deslocamento massivo.

Um comunicado do ministério negou as alegações, que considerou serem "fabricadas para desacreditar os esforços antiterroristas da Turquia", acrescentando que apenas os esconderijos, abrigos, armazéns, armas, veículos e equipamentos dos combatentes curdo sírios estão a ser alvo de ataque.

A Turquia lançou na quarta-feira uma operação militar, que inclui alguns rebeldes sírios, contra a milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG), grupo que considera terrorista, mas que é apoiado pelos ocidentais para combater os 'jihadistas' do grupo extremista Estado Islâmico (EI).

O ministério também rejeitou os avisos das nações ocidentais de que o ataque da Turquia aos combatentes curdos aliados dos Estados Unidos colocaria em risco a luta contra o EI.

"Aqueles que até se abstêm de repatriar os seus próprios cidadãos, que são combatentes terroristas estrangeiros nas fileiras do EI, não têm o direito de dar palestras à Turquia sobre a luta contra o [grupo 'jihadista'] Estado Islâmico", segundo o comunicado.

A ONU denunciou hoje que a ofensiva militar turca no nordeste da Síria já destruiu infraestruturas vitais naquela região, como por exemplo um posto de abastecimento de água que servia 400 mil pessoas.

O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) também avançou que algumas escolas foram ocupadas para uso militar.

A ofensiva de Ancara abre uma nova frente na guerra da Síria que já causou mais de 370.000 mortos e milhões de deslocados e refugiados desde que foi desencadeada em 2011.