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Líder do partido de Bolsonaro investigado por candidaturas fantasma nas eleições

YouTube/RedeTV

Em causa estão várias candidaturas fantasma de deputadas de modo a que o Partido Social Liberal cumprisse com quotas de género.

A polícia federal brasileira deflagrou uma operação cujo alvo é o presidente do Partido Social Liberal, a força política a que pertence o Presidente da República, Jair Bolsonaro.

Os agentes entraram na casa do líder do partido, Luciano Bivar, com nove mandados de busca e apreensão.

O caso remete a um escândalo, revelado em fevereiro, de candidaturas fantasma nas últimas eleições.

Para cumprir a quota de candidaturas femininas, e com isso ter acesso às verbas de fundo eleitoral correspondentes, os diretórios do partido, em pelo menos dois dos 27 estados do país, avançaram com candidatas fantasma - elas receberam o dinheiro mas não fizeram campanha e nalguns casos tiveram votações irrisórias, de um ou dois votos.

O atual ministro do turismo do governo Bolsonaro, Marcelo Álvaro Antônio, que é líder do diretório de Minas Gerais, um dos envolvidos, já fora constituído arguido na semana passada por causa do processo - Bolsonaro, no entanto, resiste a demiti-lo.

A Operação, chamada Guinhol, em alusão ao teatro de fantoches do século 19, tem potencial, dessa forma, de chamuscar Bolsonaro, na medida em que tem um ministro seu e o presidente do seu partido envolvidos.

Na rede social Twitter vem sendo amplamente divulgada a hashtag #TicTacBolsonaro, precisamente para reforçar que o caso está na iminência de atingi-lo.

No entanto, prevenindo-se o presidente da república nos últimos dias já tentara demarcar-se do líder do partido.

Em frente ao Palácio do Alvorada, a sua residência oficial, um apoiante tentou gravar um vídeo consigo na semana passada falando nos nomes Bolsonaro e Bivar, ao que o presidente respondeu "não divulga o vídeo não, que esse cara [Bivar] está queimado", o que gerou enorme crise no partido.