Sociedade

Hospital de Santa Maria quer acabar em dois ou três anos com internamentos em macas

Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

Projeto promete "otimizar" o tempo que os doentes estão internados, fazendo com que existam mais camas disponíveis.

O Hospital de Santa Maria, o maior de Lisboa e um dos maiores do país, inicia esta segunda-feira um projeto para acabar em dois ou três anos com os doentes internados em macas.

O diretor clínico explica à TSF que a meta é racionalizar e reduzir, sem cortar nos cuidados, o tempo que os doentes passam internados. Luís Pinheiro detalha que é preciso "otimizar o internamento no hospital", sendo que as camas são "um bem escasso que deve ser usado de forma efetiva e equilibrada até porque a permanência no hospital tem riscos que devem ser reduzidos usando melhor os recursos que temos".

O projeto para "reduzir o tempo de internamento apenas ao tempo que o doente precisa" vai começar por envolver os serviços de medicina interna, infecciologia, ortopedia, pneumologia e cardiologia. A meta é diminuir 0,3 ou 0,4 dias num ano, em média, de internamento, por doente, números de redução que se espera que dupliquem no segundo ano.

Luís Pinheiro explica que parece pouco, mas ao fim de um ano só na medicina interna que recebe anualmente 10.000 doentes significa menos 3.000 a 4.000 dias de internamento, permitindo maior disponibilidade para doentes agudos.

O diretor clínico admite que o "objetivo último de todo este processo" é acabar com os internamento em macas que ainda são muito comuns no Hospital de Santa Maria, sobretudo em épocas como aquela que está a começar.

O médico explica que o primeiro problema de um internamento em maca é o conforto dos doentes que, naturalmente, não é o melhor.

Finalmente, um internamento em maca é também sinal de que a lotação do hospital está ultrapassada, sobrecarregando os profissionais de saúde que prestam os cuidados.

"Existe este problema, o diagnóstico está feito, mas em dois ou três anos queremos que a realidade de doentes fora da lotação do hospital seja algo excecional", conclui o responsável do Hospital de Santa Maria.