Economia

Setor têxtil vai perder 2 mil empresas e 28 mil empregos em seis anos

Previsões apontam para que o mercado caia para os 110 mil postos de trabalho até 2025 Artur Machado/Global Imagens

Apesar do corte previsto de milhares de postos de trabalho, industriais preveem que as vendas devam crescer nos próximos anos.

O mercado de trabalho vai encolher com a perda de 2 mil empresas e 28 mil postos de trabalho até 2025, segundo as previsões dos industriais do têxtil e do vestuário. Os números constam do plano estratégico do setor, que é apresentado, esta quarta-feira, pela Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), num fórum em Vila Nova de Famalicão.

De acordo com o documento intitulado "Novo Paradigma, Nova Estratégia", a que o Negócios teve acesso, as previsões apontam para que o mercado caia para os 110 mil postos de trabalho até 2025. No final de 2018, o número de trabalhadores no setor têxtil era 138 mil.

Apesar deste cenário, a principal associação patronal do setor acredita que, graças às exportações, o volume de negócios vai ser reforçado, chegando aos 8 mil milhões de euros.

No documento estratégico, fica clara uma mudança de rumo, a caminho de outros mercados. Devido ao Brexit e às quebras que já se verificam em relação ao mercado espanhol, o têxtil e o vestuário deverão contar com uma redução de 80% da exportação para o mercado europeu, que deverá ser compensada pelas vendes para os Estados Unidos da América, o Canadá e a Ásia.

A estratégia dos industriais do têxtil e do vestuário passa por fazer melhor com menos empresas e menos trabalhadores. Os empresários do têxtil acreditam que a proximidade com os clientes e a capacidade de desenvolver processos industriais menos nocivos do ponto de vista social e ambienta são pontos a favor da indústria portuguesa, que não estão ao acesso de qualquer país.

A ambição é chegar à liderança mundial em produtos de nicho e de alta gama, concorrendo com os alemães nos artigos técnicos e com os italianos na moda de luxo. Para lá chegar, a ATP delineia cinco etapas essenciais: o desenvolvimento do conhecimento e produtividade; a evolução do design e criatividade; o investimento na inovação tecnológica; a aposta internacionalização e aumento das exportações e a promoção da sustentabilidade.

Paula Dias com Rita Carvalho Pereira