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Turismo Centro de Portugal apresenta plano de crescimento a 10 anos

Apresentação do plano regional de desenvolvimento da Turismo do Centro de Portugal. contou, entre outros, com a presença da Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques. Gonçalo Villaverde /Global Imagens)

O Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 apresenta novas propostas que assentam nas mudanças da indústria, baseando-se na diversidade que a região centro tem para oferecer

A Turismo Centro de Portugal (TCP) apresentou ontem, em conjunto com a Deloitte, o Plano Regional de Desenvolvimento Turístico 2020-2030 e o Plano de Marketing, na sede da consultora, em Lisboa. O evento contou com a presença da Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, bem como de diversos autarcas da região Centro e ainda de alguns representantes do tecido empresarial.

Pedro Machado, Presidente da TCP, deu o mote à apresentação dos guias orientadores para o desenvolvimento da região centro a nível turístico para a próxima década, tendo em atenção a permuta constante da indústria do turismo e da própria região.

Pedro Santos Rosa, Senior Manager da Deloitte, realizou a apresentação de ambos os planos, e destacou que a consultora procurou ouvir todos os intervenientes, destacando-se neste grupo não só os responsáveis pela dinamização turística na Região Centro, bem como os diversos empreendedores que na mesma estão localizados.

A elaboração deste plano regional permitiu identificar grandes oportunidades para a maior região do país, que pode beneficiar do facto de estar no meio de um "triângulo virtuoso" entre Lisboa, Porto e Madrid. Outro dos benefícios encontrados foi a diversidade de oferta de produtos dentro do território - que ocupa 30% do país - , lançando também o desafio à articulação das várias entidades no que diz respeito a um possível processo de descentralização e regionalização a nível nacional.

Nichos e tendências incontornáveis

Aproveitando ainda uma nova tipologia de turismo que está em crescimento - o turismo espiritual - a TCP procura, com este plano, apostar na sustentabilidade - temática discutida em Madrid durante estes dias - , algo que foi posteriormente explicado por Pedro Machado: "Significa ter destinos sustentáveis, ter boas práticas nos mesmos, intoxicar, no sentido positivo, os agentes económicos, para que introduzam essas preocupações a nível da eficiência energética, sustentabilidade do meio ambiente, e de outras práticas que podem determinar que o nosso destino seja globalmente sustentável. O Centro de Portugal tem a valência de gerar respostas, atendendo às experiências, motivações e novos perfis que chegam a Portugal."

Ainda a grande diversidade dentro do território permitirá aproveitar "mercados que não estão muito massificados", segundo as palavras do Presidente da Turismo Centro de Portugal. "Temos zonas montanhosas que estão hoje ligadas à capacidade de podermos gerar produtos inovadores na área do pedestrianismo, cicloturismo ou parapente. Também trabalhamos o glamping, uma nova tendência de alojamento em meio ambiente e outros espaços, como conventos, que podem ser desenhados como espaços de turismos espiritual", afirmou.

Procurando mercados internos e externos, como o caso de França, Alemanha ou Brasil, a Turismo Centro de Portugal quer "vender um território e uma experiência complementar à oferta do país", como destacou Pedro Machado: "Não somos concorrentes para minimizar a oferta do país, somos complementares. Somos complementares ao melhor destino city break do mundo, Lisboa, ou ainda às melhores praias e campos de golfe, que estão no Algarve."

Uma pasta que se quer cheia

Este projeto ambicioso a longo prazo mereceu rasgados elogios por parte de Rita Marques, que saudou a a contribuição da zona centro para o sucesso do projeto de turismo nacional, desafiando o mesmo a olhar para o futuro. A Secretária de Estado do Turismo lembrou ainda que se está a "entrar numa nova era do turismo", e que só fará sentido caso se trabalhe de forma integrada. Da sua parte, deixou ainda o compromisso no desenvolvimento de uma estratégia que una o contexto nacional com o regional, sublinhando que a sua pasta "ficaria vazia", caso todos os intervenientes deste ecossistema do turismo nacional não fizessem, à semelhança da TCP, planos que contemplem a cooperação estratégica e com prazos que transcendem mandatos.