Mundo

Morreu Patxi Andión, o cantor espanhol que declarou "absoluto amor" à música portuguesa

Patxi Andión tinha 72 anos Reinaldo Rodrigues / Global Imagens

Cantautor lançou no mês passado o álbum "La Hora del Lobicán", que assinalava meio século de carreira.

O cantor espanhol Patxi Andión morreu esta quarta-feira aos 72 anos, vítima de um acidente de viação em Sória, Espanha.

Segundo o El País, o músico ter-se-á despistado depois de sair da sua faixa de rodagem na autoestrada A15.

Patxi Andión deu em setembro três concertos em Portugal comemorativos de 50 anos de carreira, em Águeda, Lisboa e Porto, e foi convidado em março deste ano para um Concerto de Bolso na TSF.

Em novembro, o cantautor publicou o álbum "La Hora del Lobicán", precisamente meio século depois do lançamento do seu primeiro disco, "Retratos", em 1969.

De ascendência basca, Patxi Joseba Andión González foi perseguido durante a era do franquismo, foi alvo de censura e acabou exilado em França.

Com Portugal, manteve ao longo de toda a carreira uma ligação forte: estreou-se no programa televisivo "Zip-Zip", de Raul Solnado, José Fialho Gouveia e Carlos Cruz, visitou várias vezes o país, aprendeu a língua e privou com o "amigo Zeca" e Ary dos Santos, além de ter sido expulso pela PIDE.

O poeta José Carlos Ary dos Santos traduziu alguns dos seus poemas, que a cantora Tonicha gravou, ainda antes da Revolução dos Cravos.

"A minha relação com Portugal, a música e a língua portuguesas é de absoluto amor e uma paixão, que existe desde a década de 1960", disse o músico numa entrevista à agência Lusa em 2017, quando atuou em três palcos nacionais numa homenagem a José Afonso, "Zeca no Coração".