Sociedade

Autarcas de Viseu querem IP3 reaberto na totalidade com urgência

José Ricardo Ferreira/TSF

Autarcas queixam-se do "abandono" do interior do país. Infraestruturas de Portugal garante restabelecimento da circulação automóvel até ao dia 20 de janeiro.

A Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões exige urgência na reabertura do IP3, na zona de Penacova. A estrada está cortada no sentido Coimbra - Viseu há três semanas devido a um deslizamento de terras. A via esteve interrompida nos dois sentidos, mas de há duas semanas para cá só se transita com normalidade no sentido Viseu - Coimbra.

"Não se conhece qual o calendário existente para o restabelecimento integral da circulação rodoviária, o que se afigura inadmissível", defendeu esta quinta-feira o presidente da CIM, Rogério Abrantes, reclamando "com absoluto carácter de urgência o restabelecimento da circulação integral do IP3, mobilizando-se para o efeito todos os meios necessários para que isso ocorra de imediato".

Em conferência de imprensa, o autarca admitiu se fosse noutra zona do país "em 24 horas [o problema] era resolvido" e lamentou o abandono a que está votado o interior do país.

Para além do corte da estrada, Rogério Abrantes criticou o atraso nas obras de requalificação em curso no IP3 e que tinham um prazo de execução de 300 dias. Essa data já se está a aproximar do fim, "sem que os trabalhos apresentem sinais de estarem em fase de conclusão".

"Quando foi o início das obras o senhor ministro das Infraestruturas deslocou-se de imediato ao IP3, esteve aqui numa reunião connosco, infelizmente [agora] não tomou a mesma atitude. Já deveria ter vindo ao local para apreciarmos qual seria a melhor maneira para resolver esta questão", disse aos jornalistas Rogério Abrantes.

O presidente da CIM Viseu Dão Lafões apelou ainda ao Presidente da República, pedindo a Marcelo Rebelo de Sousa para se deslocar ao terreno e verificar com os próprios olhos "o que se passa no IP3".

Os autarcas do Sul do distrito de Viseu falam em mais uma catástrofe que se abateu sobre a região e que penaliza os habitantes, mas também as empresas e até os turistas.

Para minimizar o impacto do corte da estrada, exigem ao Governo medidas de discriminação positivas, como a isenção de portagens na A25, uma via considerada alternativa.

"Acho que é uma reivindicação mínima porque estamos a ser duplamente sobrecarregados, para além dos prejuízos que estamos a ter. São as nossas empresas que estão a ter dificuldades e a ter que pagar portagens e que fazer percursos mais longos para a exportação e transporte das mercadorias. São os turistas que vêm para o território e somos nós que vivemos aqui que estamos a ser penalizados", sustentou Almeida Henriques, presidente da Câmara de Viseu.

Em resposta à TSF, Infraestruturas de Portugal garante ter iniciado imediato os trabalhos de remoção de terras, no final da manhã do dia 24 de dezembro, e que "tem em curso a implementação de uma solução que permite o restabelecimento da circulação automóvel nos dois sentidos, até ao dia 20 de janeiro", no âmbito da empreitada de requalificação do IP3 que se encontra em curso.

Notícia atualizada às 18h14

José Ricardo Ferreira