Sociedade

Pedidos de enfermeiros para emigrar triplicaram em dois anos

Ana Rita Cavaco, Bastonária da Ordem dos Enfermeiros diz que Portugal não tem um problema de falta de enfermeiros Nuno Pinto Fernandes/Global Imagens

Ordem recebeu, no último ano, 4.506 pedidos para passar o documento obrigatório para trabalhar noutro país.

Mais do que triplicaram, em apenas dois anos, os pedidos feitos à Ordem dos Enfermeiros do certificado de equivalência necessário para emigrar.

Os números avançados à TSF revelam 4.506 pedidos em 2019, mais 64,6% que em 2018 (2.736) ou mais de três vezes aquilo que aconteceu em 2017 (1.286). A Ordem dos Enfermeiros tem praticamente a certeza que são os valores mais elevados de sempre pois conseguiram ultrapassar, de forma clara, aquilo que se registou no pico da crise económica: 2.814 pedidos em 2012 e 2.850 pedidos em 2014.

A bastonária, Ana Rita Cavaco, diz que Portugal, ao contrário de outros países, não tem um problema de falta de enfermeiros. Aquilo que existe, afirma, é uma falta de contratação de enfermeiros pelo serviço público de saúde obrigando muitos a procurarem soluções no estrangeiro.

Dos 4.506 enfermeiros que em 2019 pediram os papéis à Ordem para emigrar, quase todos (4.255) não revelaram o destino para onde pretendiam ir, razão que leva a bastonária a não ter a certeza se depois de terem esse documento quantos é que, de facto, saíram do país.

A Ordem dos Enfermeiros pretende agora contactar aqueles que pediram a declaração para emigrar de forma a perceber quantos é que seguiram mesmo esse caminho.

Nuno Guedes