Sociedade

DGS vai preparar mais hospitais para receber eventuais doentes com coronavírus

Graça Freitas, diretora-geral da Saúde Tiago Petinga/Lusa

Surto de coronavírus já atingiu 27 países. Portugal tem de estar preparado, lembra a DGS.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) está a preparar uma rede de hospitais de segunda linha para lidar com a eventual chegada do surto de coronavírus (2019-nCoV) a Portugal.

Até ao momento, nenhum dos seis casos suspeitos de infeção em Portugal se revelou positivo, mas a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, lembra que é essencial estar preparado.

"Temos de nos preparar, não sabemos como é que vai evoluir a epidemia. Se evoluir positivamente, ótimo; se não, temos de ter outros hospitais prontos para receber mais doentes se vierem e quando vierem", disse Graça Freitas em declarações à TSF.

"A esses hospitais designamos de segunda linha. Não são nem melhores nem piores, são aqueles que ficam preparados para, se recebermos doentes em maior número, podermos internar essas pessoas em isolamento e segurança", esclarece.

A responsável da DGS acrescenta que estes hospitais "não vão ser ativados todos ao mesmo tempo" - ficam de reserva caso seja necessário.

Já estão identificados em todo o país vários hospitais que poderão dar apoio um extra caso a epidemia que já atingiu 27 países se alastre a Portugal. O processo de escolha deverá estar concluído em breve.

"Estamos a ver quais são os que reúnem melhores condições", os que estão "preparados para receber mais doentes sem alterar muito o funcionamento dos hospitais", explica Graça Freitas.

A diretora-geral da Saúde adianta ainda que os hospitais de segunda linha deverão ter capacidade laboratorial para fazer análises e camas de cuidados intensivos. Esse será o "critério ideal" para a seleção, mas "há muitas soluções possíveis", como internar os doentes num hospital e transportar os produtos biológicos para um laboratório noutro local.

Esta terça-feira foi revelado que as análises ao mais recente caso suspeito de infeção com o novo coronavírus, um homem internado no Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, deram resultado negativo.

No Hospital Pulido Valente, em Lisboa, estão em isolamento profilático 20 pessoas, 18 portugueses e duas brasileiras, repatriadas da China há uma semana. Na sexta-feira, a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse que todas estavam bem de saúde e sem sintomas de infeção.