Papa Francisco faz história no Vaticano ao apresentar "Querida Amazónia", uma exortação apostólica que promete responder às propostas dos bispos da região amazónica.
O Papa Francisco está prestes a anunciar a sua decisão sobre do pedido para ordenação de homens casados como sacerdotes como solução para a escassez de clérigos na Amazónia, uma proposta histórica que pode pôr fim a séculos de tradição católica romana.
O Vaticano publica esta quarta-feira o exortação apostólica do Papa Francisco sobre o Sínodo na Amazónia, realizado em outubro de 2019.
O documento intitulado "Querida Amazónia" vai ser apresentado nas próximas horas pelos cardeais Lorenzo Baldisseri, secretário-geral do Sínodo dos Bispos, e Michael Czerny, secretário especial do Sínodo de 2019.
O documento final do Sínodo 2019 alertava para a destruição dramática da Amazónia, enunciando "pecados ecológicos" e apresentando a Igreja Católica como aliada na defesa da vida e da terra dos povos amazónicos.
A exortação também incluirá respostas a outras propostas aprovadas pela assembleia dos bispos da região amazónica como a promoção e formação urgente do "diaconato permanente" para essas áreas, ou seja, o leigo que pode batizar, abençoar casamentos, celebrar a liturgia da palavra, pregar e evangelizar, mas não pode celebrar a missa.
Do texto é ainda esperada a inclusão da proposta que admite que as mulheres possam exercer novos ministérios, como ler as escrituras ou ajudar na missa e distribuir a comunhão.
Durante o mês de outubro, 113 bispos dos nove países amazónicos reuniram-se para analisar a situação da Amazónia e dos povos originais: Guiana Francesa, República Cooperativa da Guiana, Suriname, Venezuela, Colômbia, Equador, Brasil, Bolívia e Peru, além de especialistas, auditores e representantes dessas comunidades indígenas.