Orlando Nascimento deixou uma mensagem de despedida aos colegas do Tribunal da Relação de Lisboa, depois de se afastar da presidência da instituição, na sequência de uma polémica que abalou a sua credibilidade.
O juiz Orlando Nascimento, que esta segunda-feira renunciou ao cargo de presidente do Tribunal da Relação de Lisboa, garante que "não leva nada" da instituição. Numa mensagem de despedida aos funcionários e colegas do tribunal, o juiz afirma que sempre agiu à vista de todos "sem pin no telemóvel" e "sem palavra-passe no computador".
"Fiz como a consciência e o sentido de dever mo ditou. Entrei com os primeiros e saí com os últimos. Não levo nada!", assegura Orlando Nascimento, na mensagem, citada pelo jornal Público.
De acordo com o jornal, já em 2011, quando Orlando Nascimento abandonou a liderança da Inspeção-Geral da Administração Local, a saída foi polémica. O magistrado foi exonerado por deslealdade institucional, depois de se ter insurgido contra a extinção do organismo.
Orlando Nascimento abandona agora o cargo de presidente do Tribunal da Relação de Lisboa depois de, na última semana, ter vindo a público que autorizou o uso do salão nobre do tribunal para a realização de uma arbitragem (resolução privada de litígios) realizada pelo seu antecessor, Luís Vaz das Neves, que foi indevidamente remunerado por esse julgamento privado, e que é arguido por suspeitas de corrupção e abuso de poder no âmbito da Operação Lex.