Política

Bloco de Esquerda denuncia "incoerências" de Ventura

Leonardo Negrão / Global Imagens

Mariana Mortágua arranca palmas no plenário ao apontar o dedo a André Ventura por ter defendido a exclusividade nas funções de deputado e exerce funções de consultor fiscal. Ventura não nega.

Com o combate à elisão fiscal como pano de fundo, o Bloco de Esquerda aponta o dedo a André Ventura a quem acusa de incoerência por ter prometido exclusividade nas funções de deputado e não o fazer.

No debate marcado para discutir a transposição das diretivas europeias sobre combate à elisão fiscal, a deputada bloquista Mariana Mortágua começa por sublinhar que é "surpreendente" ver André Ventura a participar neste debate devido a "incoerências e conflito de interesses".

"O senhor deputado prometeu, quando se candidatou, que exerceria as suas funções em exclusividade - coisa que não faz - e não faz em exclusividade trabalhando para uma empresa que faz consultoria fiscal. O senhor deputado, que vem aqui hoje falar sobre planeamento fiscal e combate ao planeamento fiscal, presta serviços remunerados enquanto é deputado a uma empresa cujo trabalho é permitir que empresas fujam ao fisco e paguem menos impostos", atira Mariana Mortágua para palmas das bancadas à esquerda, PS incluído.

O deputado único do Chega pede para defender a honra e devolve acusações, no entanto, sem negar as acusações do Bloco.

"Ser consultor não faz ninguém diminuído em relação àquilo que se passa na situação fiscal portuguesa. É verdade que uma coisa é ser consultor outra é ter sido líder do Bloco de Esquerda, atacar o Banco de Portugal e ser consultor do Banco de Portugal", nota André Ventura referindo-se a Francisco Louçã.