Líder do Bloco de Esquerda defendeu que "a flexibilização das regras do défice por parte da União devem ser aproveitadas".
Catarina Martins garante que "há margem" para o Governo ir mais longe nas medidas que está a tomar por causa da Covid-19 e desafia o Executivo socialista a ter em conta as propostas do Bloco de Esquerda para a resposta à pandemia. Depois de considerar que o comunicado do Conselho Europeu de ontem "é uma declaração de profunda incapacidade", a líder do Bloco de Esquerda defendeu esta tarde, em conferência de imprensa, que "a flexibilização das regras do défice por parte da União e o aprofundamento da compra de dívida pelo BCE devem ser aproveitadas pelos governos". Para Catarina Martins, entre as medidas ontem anunciadas em Conselho de Ministros, "a maior lacuna" está "na não proibição dos despedimentos".
Para a líder bloquista, o regime de lay-off não responde às necessidades das empresas, ainda que Catarina Martins saúde outras iniciativas do executivo.
Catarina Martins lembra que o partido que lidera propôs "um subsídio direto às pequenas e médias empresas que o Governo deve considerar". Sublinhando que é necessário um reforço das medidas de apoio social, o Bloco de Esquerda considera "inaceitável" que o executivo liderado por António Costa aguarde para requisitar serviços privados, medida prevista no decreto do estado de emergência.
"Se não investirmos agora, os resultados da crise económica serão muito mais desastrosos", reitera Catarina Martins, insistindo que Portugal "não deve esperar pela falência dos serviços públicos.