Sociedade

GNR e PSP iniciam operações ao meio-dia. Saiba onde e para quê

António Pedro Santos/Lusa

São 39 mil agentes e militares nas ruas com um único objetivo: garantir o cumprimento das restrições aplicadas no novo estado de emergência.

A Guarda Nacional Republicana (GNR) e a Polícia de Segurança Pública (PSP) começam, esta sexta-feira, operações de vigilância e verificação do cumprimento das novas regras do estado de emergência.

Em conferência de imprensa conjunta, as duas forças de segurança explicam que saem já esta manhã para as ruas e estradas principais do país, numa operação que decorre até às 23h59 de quarta-feira, dia 8 de abril. A partir das 00h00 de dia 9 entram em vigor novas restrições à circulação, em especial a proibição de viagens para fora do concelho de residência de cada cidadão e o fecho de aeroportos.

GNR nas estradas

Até lá, e já a partir das 12h00 desta sexta-feira, a GNR inicia a "Operação Recolhimento Geral", que será uma fiscalização "mais apertada nas principais vias rodoviárias" do país e que vai envolver todo o efetivo nacional e a reserva.

O objetivo é perceber se os cidadãos estão "a cumprir o que está na lei" durante o estado de emergência. Além das vias principais, também outras vão ser sujeitas a fiscalização, explicou o coronel Vítor Rodrigues.

As vias que levem às zonas do interior Norte e Centro, Algarve, centros urbanos importantes e locais de grande aglomeração são os locais que serão alvo de principal intervenção.

PSP nos centros urbanos

A PSP inicia, também às 12h00, uma operação dentro dos grandes centros urbanos para verificar a aglomeração de pessoas, cumprimento das medidas de isolamento, dever de proteção especial e circulação de veículos e pessoas para fora das áreas de responsabilidade da polícia.

Também as situações de violência doméstica vão ser alvo de "atenção especial" para evitar situações em que o risco de agressões aumente e garantindo também a proteção das vítimas, numa vigilância levada a cabo pelas polícias criminais, detalhou o superintendente Luís Elias.

Exemplos do último fim de semana

A PSP vai organizar operações policiais junto das saídas dos "grandes centros urbanos" e deixa desde já o aviso de que vai estar atenta à repetição de situações como as do último fim de semana, com grandes aglomerados de pessoas a tentarem realizar viagens injustificadas.

Já a GNR reconhece que nas vias em que atuou não notou um grande aumento do fluxo de trânsito e espera que a situação verificada nos próximos dias seja a mesma.

Drones explicados

Durante esta operação, a PSP vai utilizar drones "nos momentos e locais que achar úteis". Fluxos diários de trânsito e espaços públicos de lazer vão ser duas das áreas em que os aparelhos vão ser utilizados, "de forma preventiva".

A GNR explica que já usa os drones com "sons e câmaras" em Ovar e no interior do país, bem como nas fronteiras terrestres que não têm presença de militares. São um meio "muito eficaz e importante".

Ao todo, estarão no terreno 39 mil membros das forças de segurança: a PSP vai colocar 16 mil polícias na rua - fardados ou não - para levar a cabo esta operação e a GNR garante ter disponíveis ativos para cobrir toda a rede rodoviária, apontando para a presença de cerca de 23 mil militares

Depois das 23h59 de quarta-feira, tanto a GNR como a PSP iniciam novas operações que serão, entretanto, apresentadas e detalhadas. "Não vamos deixar de ser rigorosos. Sejam responsáveis, fiquem em casa", apelam a GNR e a PSP.

Viagens entre concelhos sob vigilância

Sobre as restrições a aplicar a partir do dia 9 de abril, a PSP fez saber desde já que terminais de autocarros e estações de comboios vão ser alvo de inspeção para detetar situações em que os cidadãos "tentem sair da área de residência".

Nas áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, a vigilância será feita com uma atenção especial devido às linhas ferroviárias e rodoviárias que atravessam vários concelhos.

Tanto a PSP como a GNR dizem "acreditar que os comportamentos dos cidadãos não vão fazer com que esses subterfúgios sejam utilizados". A GNR admite mesmo que, se for necessário ser mais "rigorosa", fá-lo-á.