Economia

Controlo de preços é apenas "uma possibilidade", defende APED

O diretor-geral da APED não vê nenhuma obrigatoriedade de limitação dos preços Paulo Novais/Lusa

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição defende que o decreto do governo sobre o estado de emergência não obriga a limitar os preços. E afirma que, até agora, o custo dos bens essenciais praticamente não subiu.

O diretor-geral da APED considera que a parte do diploma que regula o novo estado de emergência sobre a "fixação de preços máximos", se refere apenas à lista de produtos de saúde discriminada na lei: "Soluções desinfetantes, álcool, equipamentos de proteção individual", entre outros.

E, mesmo nesses casos, Gonçalo Lobo Xavier não vê, no decreto, nenhuma obrigatoriedade de limitação dos preços: "abre uma possibilidade de, se, eventualmente, houver um agravar da situação, há uma delegação de poderes num membro do governo adstrito a esta área, para fazer uma intervenção".

Ainda assim, e uma vez que produtos como o álcool também se vendem em grandes superfícies, o responsável pela associação que representa os hipermercados garante que o setor está pronto para colaborar, caso venha a ser necessário.

"Tendência" é para preços "estáveis"

Nesta entrevista à TSF, a APED nega responsabilidades em eventuais aumentos de preços que possam ter acontecido nas últimas semanas. O diretor-geral afirma mesmo que a tendência é para uma estabilização dos preços, embora reconheça que alguns produtos de primeira necessidade têm aumentos que podem chegar aos 40%. É o caso das cebolas, dos alhos e dos pimentos, diz Gonçalo Lobo Xavier, que aponta o facto de serem importados de Espanha, como único fator que fez disparar o preço.

Sobre o custo do pão que, nalguns locais, também tem subido bastante, o diretor-geral da APED afirma que não tem "registo de uma escalada de preços".

"Promoções mantêm-se", mas com "menos publicidade"

A APED rejeita ainda que as promoções, nomeadamente, ao fim-de-semana, tenham desaparecido dos super e hipermercados. O que se passa, afirma Gonçalo Lobo Xavier, é que a publicidade a essas promoções foi "reduzida".

"Não faria sentido acabar com as promoções. Isso seria um sinal que poderia indiciar ao consumidor que a distribuição estaria a aproveitar-se de uma situação difícil, para aumentar as suas margens. E isso não está a acontecer", assegura o diretor-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.

Guilhermina Sousa