Sociedade

Dez funcionários, 33 utentes. O lar que se isolou antes da chegada da Covid-19

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Meses antes da pandemia de Covid-19 chegar a Portugal, já o lar Belmonte preparava medidas para fazer frente ao vírus. Quando, em março, surgiu o primeiro caso de coronavírus no país, o lar já se tinha isolado.

Na residência sénior Belmonte, em Odivelas, começou a falar-se no combate ao novo coronavírus ainda em dezembro. Os utentes foram informados sobre a Covid-19 sem alarmismos, "com muita tranquilidade", garante a diretora técnica do lar, Joana Subtil.

Aos familiares, o lar alertou para a possibilidade de existir uma mudança de regras. A primeira começou com a redução de horário de visitas.

"Acabámos por fazer um horário de visita por uma razão muito simples: a casa precisava de ser higienizada três vezes ao dia", explica a diretora.

A medida durou pouco. Uma semana, "talvez", diz Joana Subtil que não se recorda bem e tem "falta de noção de tempo". Afinal, está fechada no lar com os utentes há mais de um mês.

Quando a Covid-19 começou a fazer estragos na Europa, Joana Subtil decidiu fechar as portas do lar. Não obrigou ninguém a ficar, nem expulsou ninguém.

Na residência sénior Belmonte vivem atualmente dez funcionários e 33 utentes. Tinha tudo para dar errado, os feitios são diferentes, mas este "quase Big Brother está a correr bem, as coisas têm fluido".

Joana Subtil admite que os funcionários estão "cansados, estourados", por isso criou uma regra: almoçam sempre todos juntos. É a altura em que se faz a digestão do medo e das saudades.

Estão confirmadas 435 mortes devido à Covid-19 em Portugal, mais 26 nas últimas 24 horas.

Há ainda 1516 novos casos de contágio, elevando para 15.472 número de pessoas infetadas pela doença, segundo o último boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.

Até ao momento 233 pessoas conseguiram, mais 28 que desde o último balanço.