Mundo

"As pessoas devem usar máscara sempre." Senão, é "uma irresponsabilidade completa; vamos sofrer"

Jorge Sales Marques Gonçalo Lobo Pinheiro

"Prevenindo, evitamos; não prevenindo, vamos sofrer". Na entrevista à TSF, Jorge Sales Marques, o médico que é porta-voz nos serviços de saúde de Macau, defende totalmente o uso de máscaras e explica outras medidas que tornaram o território que foi português num exemplo mundial.

Os números em Portugal têm estado relativamente estáveis, ou têm subido menos que noutros países. Estando o senhor à distância, mas sendo um médico português, como é que olha para a realidade nacional em relação à Covid-19?

Comparativamente com o resto dos países mais próximos, Espanha, Itália e França, digamos que os números são, de facto, mais baixos e o número de mortes também. Mas temos que ver também uma coisa que é muito importante. Foram feitos testes em todos os casos ou não? Porque... digamos, aqui em Macau, pelo menos falando da experiência em Macau, posso dizer que nós fazemos imensos testes, fazemos teste a praticamente toda a gente suspeita de estar infetada. Quando alguém chega a Macau ao aeroporto ou numa das fronteiras, é logo levado para o hospital para fazer o teste. Se o resultado for positivo fica internado na unidade de infecciosos e começa logo a fazer o tratamento com Kaletra.

Com a Covid-19 e o estudos que têm sido publicados, achámos melhor associar a azitromicina; claro que há outros protocolos, mas para os nossos casos tem chegado. Tivemos apenas dois casos que necessitaram de maiores cuidados, vieram aqui para os "intensivos" mas estão perfeitamente controlados. Não tivemos uma única morte até ao momento. Também tivemos uma coisa muito boa que, infelizmente não acontece em Portugal: não tivemos nenhum profissional de saúde infetado. Isto é muito importante. Também tivemos um apoio de retaguarda muito grande dos Serviços de Saúde e também do governo que, no fundo, estavam preparados porque na fase inicial fizemos, mais ou menos, aquilo que fizemos no SARS em 2002 e depois fomos adaptando conforme a própria virulência da covid-19 que é mais digamos contagioso que o coronavírus responsável pelo SARS.

O que faz um de Macau sucesso são essas medidas que foram sendo tomadas e que incluem, por exemplo, 14 dias de quarentena em hotéis para quem chega e testa negativo e, antes disso, mal se chega à fronteira, seis a oito horas de espera para e medir a temperatura duas vezes, tanto quanto sei...

Sim nós fazemos tudo isso porque... enfim, é preciso dizer que as fronteiras agora também são diferentes. As coisas mudaram muito; neste momento só entra em Macau quem é mesmo residente e os trabalhadores não residentes da China e Taiwan. Não entra mais ninguém em Macau neste momento. Nós mudámos desde que começámos a ter os casos importados e começaram a aumentar os números. Ao terceiro caso, imediatamente fechámos a fronteira. No fundo, temos tudo controlado. Apanhamos os casos no início, as pessoas ficam em quarentena, não há hipótese de irem para casa e para isso tem de ter pelo menos dois testes negativos. Agora, a pergunta que me fez: como é que foi o sucesso de Macau com uma população de 600 mil habitantes mas com 40 milhões de visitantes e turistas, que foi esse o número, praticamente, em 2019, com mais de 120 mil pessoas diariamente a visitar Macau, como é que conseguimos controlar isto? Ora bem, o nosso plano de ação foi, fundamentalmente, em primeiro lugar, fazer o controlo interno, ou seja, evitar o contágio da comunidade. Depois, já sabíamos que íamos ter casos importados à medida que o vírus se fosse propagando pelo mundo fora. Então, fizemos uma campanha inicialmente com controlo de temperatura em todos os sítios: nas fronteiras, nos aeroportos, nos hospitais, bancos, escolas etc. Fizemos controlo de temperatura e apanhámos 40 por cento dos casos.Aí foi muito importante porque evitámos que 40% das pessoas, ao chegarem a Macau, pudessem contagiar outras; automaticamente conseguimos detetá-los e assim evitámos que espalhassem o vírus para outras pessoas. Digamos que o controlo de temperatura foi extremamente importante e continuamos a fazer, apesar de as coisas estarem bem controladas. Houve também uma completa colaboração ou comunhão entre o governo, os serviços de saúde e a população.

A população seguiu as vossas orientações?

A população seguiu à risca - mesmo - todas as recomendações. A seguir ao controlo de temperatura, apostámos nas máscaras. Eu sei que muitas pessoas dizem que usar máscara é uma coisa cultural dos asiáticos, mas olhe, eu conheço bem Macau e posso dizer que, no dia-a-dia, numa situação normal, em cada 100 pessoas, vejo três ou quatro com máscara, mas neste momento estão cem por cento de pessoas com máscara.

Foi assim desde o dia 22 de janeiro que foi quando nós tivemos o primeiro caso. Aconselhámos logo os casinos para que as pessoas que tivessem máscaras, também tinham que usar máscaras nos transportes públicos. Ninguém podia entrar no autocarro sem máscaras e quando alguém fosse ao supermercado sem máscara, os funcionários do supermercado podiam impedir que entrasse. Não é uma coisa cultural. É, de facto, importante porque vinte por cento das pessoas infetadas são assintomáticas e, ao contrário do que as pessoas pensam, naquele período de incubação de 12 a 14 dias, as pessoas assintomáticas nem sabem que estão infetadas nem que podem infetar os outros. Portanto, nós apostámos nas máscaras, já distribuímos mais de 40 milhões de máscaras pela população, em cada dez dias distribuímos dez máscaras e já vamos na oitava entrega, a um preço simbólico: são oito cêntimos para cada 10 máscaras.Cada pessoa paga oito cêntimos para ter 10 máscaras que vai buscar às farmácias do estado, neste caso, do governo de Macau, como é óbvio.

Também fizemos uma coisa muito importante, isto não é só distribuir máscaras. Temos que ensinar à população como é que se usam as máscaras; fizemos várias campanhas pela televisão através de spots sobre utilização das máscaras, em posters, rodapés na televisão a toda a hora, nomeadamente nos horários nobres. Como uma coisa implica a outra, outra coisa que fizemos foi ensinar à população a importância da lavagem das mãos e também fizemos campanhas de formação e ensinamento às pessoas de como lavar as mãos. Lavar as mãos tem as suas etapas: é lavar a palma das mãos, o dorso, os polegares, entre os dedos, na parte da articulação, as unhas e a ponta dos dedos, os pulsos. Isto está tudo interligado. Foi, digamos, a terceira grande medida.

E depois, uma uma coisa foi muito importante foi quando fomos todos aconselhados a ficar em quarentena, durante catorze dias Macau esteve uma cidade deserta, até as clínicas privadas, o comércio, estava tudo completamente fechado. E as pessoas só saiam à rua em caso de extrema necessidade. Porque a aglomeração de pessoas leva ao aumento da infeção, como é óbvio. Mesmo ao nível dos hospitais, fizemos um plano de contingência em que metade trabalhava e a outra metade não trabalhava. Com o autoisolamento, evitámos o encontro cara-a-cara com o vírus. Ele alimenta-se das pessoas, do ser humano. Se nós cortarmos essa ligação entre Covid-19 e pessoas, o vírus automaticamente vai perdendo capacidade de se replicar e isto é uma forma mais inteligente e mais fácil de evitar uma grande propagação da infeção. Fizemos isso tudo, fechámos os casinos durante 14 dias. Foi uma coisa que quase foi uma bomba, porque fechar os casinos em Macau....

É fechar a economia, no fundo...

Ninguém estava à espera que todos fechassem, mas sem dúvida alguma, no governo tiveram muita coragem em ter feito isto porque os casinos são a maior fonte de rendimento em Macau. E depois de 14 dias, quando abrimos novamente os casinos, foi de uma forma faseada, mediante regras, com o habitual controlo de temperatura e espaço maior entre as pessoas que vão jogar lá no casino. Tudo para evitar o encontro com o vírus e que o vírus se replicasse. Foram medidas corretas porque tivemos primeiro dez casos e depois estivemos 40 dias sem nenhum caso. Com o regresso das pessoas que estavam lá fora, começámos por ter os primeiros casos importados, o que, no fundo, era aquilo que estava previsto. Agora, para cortar com os casos importados, muito simples: quarentena e testes.

Quantos testes é que Macau está a fazer por dia, atualmente?

Devemos estar a fazer cerca de 800 a mil testes por dia, o que é significativo com a população de 600 mil que Macau tem. Mas também estamos numa fase de controlo, bem diferente do resto da Europa e do mundo, mas já fizemos mais testes por dia. Porque é que é importante a realização de testes que, aliás, a própria OMS aconselha? E agora parece que também vai aconselhar a utilização de máscara, enfim, chegaram agora à conclusão que era uma coisa importante e, sem dúvida, a utilização de máscaras numa pandemia é crucial para qualquer parte do mundo. Mas porque é que é importante a validação dos testes? Vamos supor que eu tenho uma infeção por coronavírus. Tenho família em casa, a possibilidade do contágio é enorme. Tudo o que seja proximidade a menos de um metro, sem máscara e durante meia hora, a hipótese de contagiar é muitíssimo maior. Por exemplo, numa família de cinco pessoas, se eu tiver um teste positivo e se não fizer o teste nos outros quatro, não saberei se os outros quatro são positivos, mas a possibilidade de serem é muito grande. Portanto, o número será sempre inferior ao total real, será sempre um número por baixo. E depois há outro pormenor que é muito importante: fazermos o estudo epidemiológico de cada caso. Por exemplo, alguém chegou a Macau e veio, por exemplo de Londres, estava no lugar 10A do avião, é preciso ver quem estava à sua volta no 10 B, por onde entrou em Macau e com quem contratou. Temos que seguir a pista, sermos polícias digamos assim, seguir a pista de cada caso, porque só assim conseguimos investigar. Se não fizermos uma história correta ou um estudo correto, estes casos vão provocar mais infeções e passa a ser uma bola de neve e isso nós não queremos. Nós queremos acabar de vez com o vírus porque todos nós estamos fartos da Covid-19, queremos eliminá-lo o planeta, porque mudou as nossas rotinas, as pessoas estão metidas em casa e também não é fácil estar em casa, é muito complicado. Portanto, nós queremos eliminar o vírus de uma vez por todas;

Para isso, temos que seguir as regras...

Fazer as coisas como deve ser. Eu digo isso desde o primeiro minuto. Temos de ter coragem, muita coragem, para tomar medidas. Se não o fizermos, cada dia que passa, cada hora que passa, estamos a dar vantagem ao vírus, ele vai replicando, replicando, replicando. Na altura da pandemia temos de ter coragem para atuar, porque com medo nós perdemos imediatamente o controlo da situação. A vida real é muito mais complicado que nos filmes, porque as pessoas têm que colaborar e para colaborar as pessoas têm que cumprir as ordens e têm que ser responsáveis, porque se uma pessoa não for responsável, não se consegue, o vírus nunca mais vai embora. Sou responsável pelos meus atos. Se eu não me prevenir a mim próprio como é que vou defender outra pessoa que está logo a seguir? Nós temos de ser, acima de tudo, responsáveis; e depois temos que cumprir as ordens porque, à priori, quem nos manda fazer essas coisas são pessoas que devem saber mais do que nós. Portanto é isso que nós temos de fazer: cumprir e respeitar as ordens, porque ninguém quer morrer ou quer que outra pessoa morra por nossa causa. Ficaríamos com problemas de consciência para o resto da vida. Pelo menos eu ficaria. Cumprir as coisas corretamente, sem medo e tomando medidas. Numa situação de pandemia a nossa cabeça tem de funcionar como um jogo de xadrez, temos que pensar qual a próxima jogada, o que vai ser seguir ou como é que vamos resolver.

Mas não em cima da hora...

Não, porque em cima da hora vai ser tarde demais. Não vamos ter material para nada, teremos que andar à procura das coisas. Entretanto, houve pessoas que foram ficando doentes ou morrendo porque não houve uma preparação. É isto que acho que está a acontecer no mundo. As pessoas não estavam preparadas para a Covid-19 e, acima de tudo, há que antecipar os riscos, temos que estar preparados. Nós em Macau, não foi por acaso que já distribuímos 40 Milhões de Máscaras. Não foi por acaso que fomos à procura das máscaras para as crianças, que foi muito difícil encontrar no mercado 1 milhão de máscaras, são máscaras pediátricas dos três aos oito anos, porque a partir daí já podem utilizar uma máscara normal. Em suma, em Macau é uma situação que está controlada. Mesmo com os casos importados porque nós não deixamos escapar ninguém. Toda a gente que entra em Macau fica de quarentena porque o Governo de Macau, acima de tudo, tem como objetivo número 1 proteger a população. E para proteger a população tiveram que apostar em tudo, até cortando na parte económica fechando os casinos que, como sabe, fazem entrar aqui muitos milhões por dia. Cortámos tudo porque o essencial é proteger a população. Isso é o objetivo número um para evitar mortes. E, repito, devemos usar máscara, termos mais cuidados de higiene, lavarmos bem as mãos e, tendo a máscara, não vai ter tendência de levar a mão ao nariz ou á boca porque sabe que tem uma máscara. Para nós, é o nosso dia-a-dia. Eu saio de casa de manhã e a primeira coisa é pôr a minha máscara, venho a pé até ao hospital ou apanho autocarro e está sempre toda gente com máscara, por isso sinto-me completamente seguro aqui Macau.

E como é que as coisas se passam no hospital?

Nós chegamos ao hospital, fazemos o controlo de temperatura, tem uma daquelas espécies de detetores de metais como nos aeroportos, depois temos que mostrar uma declaração de saúde que é uma aplicação que toda a gente em Macau para poder entrar em muitos sítios que é uma aplicação que diz onde é que esteve nos últimos 14 dias, se teve febre, tosse ou outro sintoma qualquer, tem o nosso contacto e o nosso bilhete de identidade. E a partir daí, se tiver alguma coisa facto que não esteja a funcionar bem, automaticamente faz o teste. Tudo é importante. Mas calma, a máscara é para ser usada em locais com risco. Não vamos usar máscara em casa quando estamos com os nossos familiares, ou num carro, nem estamos no restaurante a comer.

E essas medidas adotadas em Macau são possíveis de serem tomadas devem ser o duro tomadas em conjuntos populacionais com outra dimensão. Em Portugal por exemplo?

Em Portugal, neste momento, penso que o controlo de temperatura, que de facto Portugal não chegou a fazer - foi uma opção da Direção-Geral de Saúde penso eu, mas da nossa experiência pessoal em Macau, achamos que é importante. Em Portugal, realmente, eu acho que as coisas - na minha perspetiva - também estão a melhorar porque estão a receber mais material de apoio, nomeadamente ventiladores, equipamento de proteção individual, que é muito importante porque temos, salvo erro, mais de mil profissionais de saúde afetados.

Ainda há o perigo de as coisas se descontrolar em Portugal, na sua opinião?

Neste momento, eu penso que - fazendo uma comparação com o que foi feito em Macau - o que falta é o controlo de temperatura. Não está a ser feito em Portugal, embora nos aeroportos estejam a fazer um controlo maior. Podia ter ainda algum interesse, nomeadamente em locais que levam muitas pessoas, como centros comerciais. Aqui os que têm quatro portas, só uma porta funciona porque à entrada fazem controlo de temperatura; nos bancos também fazem, é exatamente igual. Acho também que era importante fazer testes a todas as pessoas porque aqueles que não sabem que estão infetados vão infetar os outros. Interessa cortar este ciclo de infeção entre a comunidade, como nós fizemos. Portugal tem 27 milhões de visitantes. Macau tem 40 milhões. São mais 13 milhões.

Tomaram algumas medidas que vão ficar na história do território da RAEM (Região Administrativa Especial de Macau)...

Sim. Não houve festa do Ano Novo Chinês, fecharam os casinos e as próprias igrejas fecharam as portas e as missas foram dadas pela televisão. São três medidas que ficarão na história desta terra. E foram coisas genéricas, como as máscaras. Eu penso que quando a Organização Mundial de Saúde disser que as máscaras são importantes - ou estão quase a dizer nesse momento, que eu sei que eles estão quase a dizer que a utilização de máscaras é, afinal, uma medida importante e que nunca foi um produto cultural da Ásia. Porque numa pandemia, tem de se usar máscaras por todas as razões que já foram discutidas. A pessoa tem de ser, acima de tudo, prática. Não há nenhuma razão para não usarem máscaras em qualquer parte do mundo, países com casos, sem casos, com poucos casos, sempre. Para, precisamente, evitar a propagação. Claro que não é cem por cento, mas pelo menos, reduz a possibilidade e, cada vez mais, quem não o fizer está a afetar a pessoa que está ao seu lado. Não está a cumprir as regras determinadas pelo governo, ou por outra entidade ou pelo tribunal, que nesta altura penso que tem um valor ainda mais importante nestas situações de pandemia. Há uma lei. A lei é para cumprir. Porque no fundo, que direito é que eu tenho de infetar outra pessoa? Não posso fazer isto, é uma irresponsabilidade completa. Nós temos de pensar nos outros e não apenas em nós,não podemos ter uma atitude egoísta de vir cá para fora, enfim, fazer uma coisa que não seja urgente ou importante. Atendendo a que as pessoas que não ficam internados em Portugal ficam em casa, têm que cumprir à risca a sua quarentena. Porque só assim é que funciona.

Há também a questão do preço das máscaras. É crucial, para si?

Sim. Penso que ninguém vai comprar uma máscara a lado nenhum se custar quatro ou cinco euros. Há pessoas muitas vezes que, infelizmente, têm uma reforma de miséria como nós sabemos todos. Isto acaba por influenciar em muitas decisões das pessoas e portanto, eu acho que neste momento temos que pensar nisso tudo. Se porventura chegarmos à decisão de distribuição das máscaras, as pessoas devem pagar apenas um preço simbólico como foi em Macau. E algumas pessoas, a partir de certa idade de risco, ou seja, a partir dos 55 anos e para aquelas pessoas que têm doenças crónicas, sejam oncológicas, diabéticas, cardíacas e certo, para esses na minha perspetiva, as máscaras deviam ser de graça, porque apresentam um maior risco. E não estou a querer ensinar ninguém, nem quero ser salvador da pátria nem um salvador do mundo. O que digo é baseado na experiência de Macau que é uma experiência muito interessante, penso que é um exemplo para o mundo, sem dúvida, porque nós temos resultados. Temos de atuar de uma forma mais corajosa e temos de tomar as medidas de acordo com o tipo de população que temos também.

Ou seja, a composição demográfica portuguesa é também relevante para o tipo de medidas que se tomem?

Sim. Portugal tem muitos idosos, tal como a Itália, muita gente idosa é um alto risco. Temos, segundo as estatísticas, mais de um milhão de diabéticos em Portugal; é uma em cada 10 pessoas. Isso tudo leva a pensar que nesse grupo de risco as medidas têm ser diferentes. Temos que olhar mais para esse grupo de risco. Não é separar e pôr as pessoas de terceira idade de um lado e meter e outros, os jovens, do outro lado. Não concordo nada com isso. Eu penso que estão todos integrados na sociedade mas podemos prevenir. No fundo, a medicina preventiva é uma medicina que ganha tempo, ganha espaço, ganha terreno em relação a qualquer tipo de doença. Muito mais numa pandemia. Temos que prevenir o que vai acontecer. Prevenindo, evitamos. Não prevenindo, vamos sofrer.