Nos países em desenvolvimento, os sistemas de saúde estão sobrecarregados pelo novo coronavírus.
A ONU pediu esta terça-feira uma ação global para aumentar rapidamente o desenvolvimento e acesso a medicamentos, vacinas e equipamentos de combate à Covid-19, enquanto a Organização Mundial da Saúde (OSM) alertou para os riscos das pressas em reduzir as restrições.
Numa resolução aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, é pedido ao secretário-geral, António Guterres, que trabalhe com a OMS para elaborar algumas recomendações que garantam a todas as pessoas um acesso equitativo e oportuno a testes, equipamentos médicos, medicamentos e futuras vacinas, especialmente nos países em desenvolvimento.
As autoridades africanas têm-se manifestado abertamente sobre a necessidade de equipamentos médicos nos 54 países do continente, onde os sistemas de saúde são frágeis e estão sobrecarregados pelo coronavírus.
De acordo com um relatório divulgado na semana passada pela Comissão Económica das Nações Unidas para a África, o continente precisará, no melhor cenário, de 40 mil milhões de euros para testes, equipamentos de proteção individual e tratamento dos infetados pela covid-19.
No pior cenário, as estimativas apontam para a necessidade de mais de 410 mil milhões de euros.
Segundo a OMS, o número de camas disponíveis em unidades de cuidados intensivos para tratar infetados é, em 43 países africanos, inferior a 5000.
Este número representa cerca de cinco camas por cada milhão de pessoas, uma diferença significativa em relação à Europa, onde a relação é de 4000 camas para cada milhão de pessoas.
A África contabiliza mais de 23.000 infetados em todo o continente e soma mais de 1.100 mortes.
As autoridades começaram, esta semana, a aumentar o número de testes realizados, com o objetivo de abranger um milhão de pessoas nas próximas quatro semanas.
A pandemia de covid-19 já provocou, a nível global, mais de 167 mil mortos e infetou mais de 2,4 milhões de pessoas em 193 países e territórios, segundo um balanço da agência de notícias francesa AFP.