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Polémica com remdesivir. Era um dos medicamentos promissores para combater Covid-19

Jonathan Nackstrand/AFP

Antiviral já tinha sido testado para combater o Ébola, mas também sem sucesso.

O Remdesivir, um dos medicamentos apontados como promissores no combate aos efeitos da Covid-19, fracassou no primeiro ensaio clínico. Num documento preliminar, a Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou que não existem benefícios para os doentes infetados com o novo coronavírus.

O estudo em causa contou com 237 pacientes. Uns receberam o fármaco, outros não. Dos que tomaram Remdesivir, 14% morreram. Dos que não tomaram o antiviral, morreram 13%. Os números são claros e nada animadores.

O Remdesivir é um antiviral que foi testado para combater o Ébola, mas os ensaios clínicos realizados com pacientes em África também demonstraram que não é eficaz para combater essa doença.

O estudo levou a OMS a anunciar que o fármaco produzido pela Gilead Sciences não funcionava, mas depois essa comunicação foi retirada.

Um porta-voz da OMS explicou que a notícia foi publicada prematuramente e que espera agora que o relatório seja avaliado de forma independente. Nessa altura já se liam várias críticas ao estudo, sendo que a principal causa de preocupação é o facto do ensaio clínico ter sido realizado na China.

Há umas semanas, quando Donald Trump falou nos potenciais efeitos do Remdesivir no combate à Covid-19, as ações da Gilead Sciences dispararam. Esta quinta-feira, aconteceu o oposto e já desvalorizaram mais de 5%.