A associação que representa os privados da saúde garante que manteve todos os acordos.
O presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização privada desconhece qualquer caso de hospitais privados que tenham suspendido as convenções com o Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Este responsável admite que a única situação que aconteceu foi a suspensão dos cheques de cirurgia, no Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC): "Os chamados vales SIGIC têm uma determinada validade", esclarece Óscar Gaspar. Para que os doentes não perdessem a oportunidade de vir a fazer essas cirurgias no futuro, houve a sua suspensão " para que os pacientes possam usufruir desses cheques quando houver outras condições".
" Não há da parte de nenhum operador privado nenhuma denúncia das convenções com o SNS", assegura.
Óscar Gaspar recusa também a ideia de que os hospitais privados deixaram os doentes à sua sorte nesta altura de pandemia e garante que estiveram sempre a trabalhar, exceto para consultas ou exames não urgentes, tal como determinou a Direção Geral de Saúde. Assegura, inclusive, que estas instituições estiveram sempre a receber doentes com Covid-19.
O presidente da Associação que representa os hospitais privados ouviu há poucos dias a ministra falar na possibilidade de um acordo com estas instituições para reduzir as listas de espera das cirurgias.Diz-se disponível para colaborar mas admite que tudo vai levar muito tempo a normalizar.
"Esperamos que da parte do Ministério da Saúde se estabeleçam a condições e as regras, mas este plano não vai durar menos de 6 meses", afirma.
Os Hospitais privados garantem que estão a voltar aos poucos à normalidade. No entanto, com todas as normas de higiene exigidas devido à Covid-19 e com materiais de proteção acrescidos necessários nos hospitais, a Associação admite que é um dado adquirido que as cirurgias no privado vão ficar mais caras a seguradoras e à própria ADSE." Não podemos fazer de conta que esta situação não existe. Ela tem custos". " Não estamos a falar em cobrar mais aos cidadãos, mas a falar de um equilíbrio em termos contratuais com os pagadores, nomeadamente as seguradoras, a ADSE e o Estado", conclui.
Questionada sobre a quebra de acordos do SNS com 13 unidades privadas de saúde, Marta Temido explica que "na fase aguda do combate à pandemia, algumas instituições optaram por suspender o atendimento de utentes enviados pelo SNS."
A governante deixa, no entanto, uma nota em tom de apelo: "Se essas entidades tiverem disponibilidade para retomar a atividade articulada com o SNS..."
A mesma ressalva foi feita por António Lacerda Sales, secretário de Estado da Saúde, na habitual conferência diária de atualização epidemiológica.