Sociedade

"Mondego mais Seguro" contra cheias. Ministro garante que "parte mais urgente está resolvida"

Paulo Novais/Lusa

Matos Fernandes visitou as obras de recuperação das infraestruturas que foram destruídas em dezembro com as cheias. Há trabalhos que já terminaram, mas ainda há muito por fazer.

O plano "Mondego mais Seguro" prevê um investimento de 35 milhões de euros nas obras do aproveitamento hidráulico do Baixo Mondego. Até agora, foi reparado o canal condutor do rio, no Choupal, em Coimbra, e está também a decorrer a obra de reconstrução do dique que rebentou em dezembro.

O ministro do Ambiente e Ação Climática, João Matos Fernandes, garantiu que "a parte mais urgente está resolvida. Estão neste momento em concurso cerca de oito milhões de euros para a obra, nomeadamente a regularização do rio Arunca. Os outros estão todos em concurso, sendo que alguns deles obrigam a uma revisão do projeto, como, por exemplo, a regularização do rio Ega, em Alfarelos".

Sobre a possibilidade de as obras prevenirem uma nova cheia, Matos Fernandes explica que os projetos de construção "têm sempre uma limitação", mas que "com a reparação dos diques fusíveis e com todo o reforço dessas estruturas, acreditamos que vamos conseguir ter toda esta infraestrutura do Baixo Mondego a funcionar dentro dos limites do projeto".

Ainda assim, o ministro considera que as obras vão conseguir aumentar em 10% a capacidade de resposta do projeto do mondego.

A acompanhar a visita esteve também o presidente da Cooperativa Agrícola de Montemor-o-Velho. Armindo Valente teme que as obras não acabem a tempo de regar as áreas de cultivo. "Desde o dia em que o dique rebentou até hoje, passaram praticamente cinco meses. Ainda temos esta obra toda por fazer, não sei se vai acabar daqui a um mês. E são 6000 hectares de milho que estão dependentes deste canal para que tenham água, explica.

As intervenções do plano "Mondego mais Seguro" vão ser feitas até 2023. A prioridade do governo tem sido a reposição do sistema de abastecimento de água, que inclui a rega dos campos do Baixo Mondego e o fornecimento de água à indústria de papel.

Diana Craveiro