A recente canonização de D. Nuno Álvares Pereira não acabou com a polémica do local do nascimento do general da Batalha de Aljubarrota. Um livro de um professor catedrático juntou argumentos a favor da tese que defende que o agora santo nasceu em Cernache do Bonjardim.
Um livro lançado, esta sexta-feira, por um historiador e professor catedrático defende a possibilidade de D. Nuno Álvares Pereira ter afinal nascido em Cernache do Bonjardim e não em Crato, como defendem alguns.
Dias após a canonização do general que se tornou célebre por ter conduzido os portugueses ao triunfo na Batalha de Aljubarrota, Aires do Nascimento lembrou que no tempo de D. Nuno Álvares Pereira não havia registo civil e por isso não pode haver verdades absolutas a este respeito.
«Mesmo o registo eclesiástico só começa no séc. XVI e o registo civil só começa depois de 1910. Há alguns indícios, sinais de que, em primeiro lugar, os Paços de Bonjardim, a par da Sertã, como diz Fernão Lopes, basta-nos a certidão do cronista que era simultaneamente também o guarda-mor da Torre do Tombo», explicou este professor.
Para defender a possibilidade de que o agora santo nasceu em Cernache, Aires do Nascimento lembra que o mosteiro de Flor da Rosa, no Crato, ainda estava em construção quando D. Nuno Álvares Pereira nasceu.
O professor fez ainda questão de apontar alguns erros feitos pelo Vaticano aquando da canonização de D. Nuno Álvares Pereira e não perdoa as incorrecções do vice-postulador português desta causa.
«O Vaticano não fez investigação nenhuma. Quem organizou o processo em Portugal falhou completamente nas razões científicas», acrescentou Aires do Nascimento sobre a canonização do oitavo santo português.