Política

Sintonia entre Costa e Rio para responder à queda de 7% do PIB

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio, intervém durante o debate quinzenal com a presença do primeiro-ministro, na Assembleia da República, em Lisboa, 20 de maio de 2020. ANTÓNIO COTRIM/LUSA LUSA

Rio saiu da reunião com o primeiro-ministro a reconhecer que há matérias no imediato em que PSD e Governo estão em sintonia. Para o futuro, logo se vê, mas para já fica o apoio dos sociais-democratas ao futuro orçamento suplementar numa altura em que a fatura em cima da mesa para necessidades adicionais de financiamento do país é de 13 mil milhões de euros.

Sintonia. Palavra-chave para a relação entre PSD e Governo neste momento, pelo menos, no Orçamento Suplementar. Rio já o tinha afirmado e esta terça-feira, depois de mais de duas horas de reunião com o primeiro-ministro, reiterou a viabilização da proposta que, "como tudo indica", procede à adaptação de medidas a tomar até ao final do ano para o combate à pandemia.

Garante Rui Rio que entre São Bento e a São Caetano à Lapa "há seguramente" sintonia em alguns planos, sobretudo os imediatos, mas que "quando começar a entrar para um campo mais estratégico e menos de resposta imediata, isso vamos ter de ver se há sintonia ou não".

Por isso, porque o Orçamento Suplementar está já ao virar da esquina, o presidente do PSD sublinha que se a proposta for "a correção do Orçamento do Estado que está neste momento em vigor, adaptando tudo aquilo que foi necessário fazer e que vai ser necessário fazer até ao fim do ano em matéria de combate à Covid-19, então contarão com o apoio do PSD". "É evidente que não iríamos agora criar obstáculos a que, do ponto de vista orçamental, o país esteja preparado para o combate que estamos a ter", sublinha Rio.

Sem elencar as prometidas propostas do PSD para a emergência social e para a retoma económica - deixa-as para o fim desta semana e início da próxima -, Rui Rio mostrou ainda preocupação com a queda do PIB e a fatura que lhe vem anexada.

"Aquilo que nos foi transmitido é que o Produto Interno Bruto terá uma queda em termos reais de 7%, o que é muito. Será 7%, se medirmos por aquilo que foi o PIB de 2019. Ora, com esta queda, todos os indicadores que se referenciam ao PIB vão ser piores do que é dito", nota o social-democrata que apresentou aos jornalistas a matemática do governo: 13 mil milhões de euros em necessidades de financiamento adicionais para o Estado.

Este foi tema de conversa entre o Executivo e o PSD que considera que estamos a falar, "efetivamente", de muito dinheiro, mas sinaliza Rio que o governo tem uma estratégia para "captar esses 13 mil milhões de euros que são precisos este ano para fazer face a toda esta despesa". Estratégia que, à semelhança das propostas sociais-democratas, ainda vamos ter de esperar mais um pouco para conhecer.