Economia

"Os números continuarão a estar certos." A garantia de Centeno na saída do Governo

Costa disse respeitar que Centeno queira abrir um "novo ciclo na sua vida" LUSA

Mário Centeno falou ao país no dia em que abandona oficialmente o Executivo e disse acreditar, com uma "quase certeza", que os "números continuarão a estar certos".

O ministro responsável pelo único excedente orçamental da democracia garantiu esta terça-feira que o Governo tem uma coesão que se reflete em resultados. Mário Centeno disse acreditar, com uma "quase certeza", que os "números continuarão a estar certos" e referiu que João Leão, o ministro que lhe sucede, é um "fator de coesão".

Mário Centeno falou ao país no dia em que abandona oficialmente o Executivo e salientou a "enorme honra" com que respondeu, no Governo, a todos os desafios da política económica portuguesa, que concluiu com a saída de Portugal da lista do lixo e de um défice consecutivo das contas públicas.

O também presidente do Eurogrupo sai agora do Governo, e Costa aproveitou para expressar publicamente que respeita que Mário Centeno queira abrir um "novo ciclo na sua vida".

Uma despedida sem abraços, mas em que não faltaram elogios

Pela primeira vez em 46 anos, "um ministro das Finanças cumpriu uma legislatura de quatro anos e ainda preparou o lançamento da nova legislatura", pelo que o primeiro-ministro fez questão de agradecer - mas sem abraços, devido às contingências da pandemia de Covid-19 - a "abdicação" de Centeno, que culmina com a aprovação do Orçamento Suplementar em Conselho de Ministros.

Costa sublinhou a "excelência de resultados conhecida de todos", um "espírito de equipa" e um sentido "profundamente humanista que sempre inspirou" todos os governantes.

Mas, para o líder do Governo, Portugal "não perde um ministro das Finanças, Portugal muda o ministro das Finanças". O primeiro-ministro aproveitou para ressalvar as capacidades de João Leão e o seu contributo para equilibrar as contas públicas. "Há uma tranquila passagem de testemunho", vaticinou ainda.

O primeiro-ministro sublinhou a necessidade de dar continuidade à política que tem vindo a ser desenvolvida até ao momento. Já João Leão, na primeira declaração ao país depois do anúncio do novo cargo, vincou a preparação realizada em conjunto e execução com Centeno de cinco Orçamentos do Estado, "bases sólidas" para responder à crise pandémica.

O antigo secretário de Estado assegura que, após a pandemia, haverá um esforço concertado para que os resultados possam voltar a balanços positivos, tal como Mário Centeno disse acreditar que será conseguido.

Governo tomará "no tempo certo" decisão quanto à sucessão no Banco de Portugal

Na altura própria, Governo tomará decisões sobre escolha do governador do Banco de Portugal, responde Costa, quando questionado sobre a sucessão de Carlos Costa e a possibilidade de Centeno ascender ao leme da instituição.