Economia

"Vejo com desconfiança esta antecipação da injeção" no Novo Banco por causa da Covid-19

Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

A deputada do Bloco de Esquerda reage às declarações do presidente do Novo Banco e insiste na auditoria.

Mariana Mortágua olha com perplexidade e "desconfiança" para as afirmações do presidente do Novo Banco. Entrevistado pela Antena 1 e Jornal de Negócios, António Ramalho afirma que vai precisar de mais dinheiro do Fundo de Resolução, já que os 1037 milhões de euros que o banco já recebeu não serão suficientes, devido à pandemia da Covid-19.

Em entrevista à TSF, a deputada do Bloco de Esquerda acredita que o que o presidente do Novo Banco está a fazer é a antecipar essa necessidade de injeção de capital - que no entender da deputada já iria acontecer mesmo sem pandemia - utilizando como "justificação a crise da Covid".

"Essa justificação, neste momento, acho difícil de avaliar, porque os créditos que estão em dificuldade, à partida, deveriam ter podido aceder a uma moratória, portanto, não há razão para haver um registo de prejuízos superiores àquilo que seria esperado. Não encontramos em mais nenhum banco uma declaração de cuidado especial devido a esta crise. Por isso, devo dizer que vejo com alguma desconfiança esta antecipação da injeção já por conta dos resultados da crise da Covid", sustenta Mariana Mortágua.

Para Mariana Mortágua "é muito óbvio que a Lone Star está a esgotar a garantia pública o mais rápido que pode para recapitalizar o banco às custas do Estado".

Por isso, a deputada insiste na auditoria: "Este novo pedido vem reforçar essa ideia, mas também vem reforçar uma ideia que também me parece que ficou clara desde a última polémica entre o ex-ministro das Finanças e o primeiro-ministro: não pode haver mais dinheiro para o Novo Banco sem que se conheçam as contas", remata.