Está previsto que em 2021 o Estado seja obrigado injetar no Novo Banco, de forma automática, capital necessário para garantir solidez.
Tal como Marcelo Rebelo de Sousa, Rui Rio também se diz "estupefacto" com a eminência de uma nova injeção de capital ao Novo Banco.
O presidente do PSD expressou esta opinião no Twitter na sequência da Notícia avançada pelo jornal Público, que revela o compromisso do Estado em injetar dinheiro de forma automática no Novo Banco perante um "cenário de extrema adversidade", sempre que que o acionista privado não consiga fazê-lo, condição expressa no contrato para a venda ao fundo Lone Star.
Em entrevista à Antena 1 e Negócios, o presidente do Novo Banco, António Ramalho, já admitiu: "há um capital que estimamos que possamos ter que necessitar no final do ano, depois da covid". Segundo o Público, a injeção automática será feita em 2021 e ainda há quase mil milhões de euros para utilizar.
Estas declarações levaram o Presidente da República a declarar ter ficado "estupefacto", expressão que o Rui Rio repete esta terça-feira.
O Público explica que o Estado é chamado a financiar a instituição sempre que os rácios de capital desçam abaixo dos 12% ou quando se verifiquem perdas nos ativos problemáticos abrangidos pelo mecanismo de capital contingente. Caso se verifiquem ambas as situações, o Estado terá de pagar pelo menor dos valores.
Ora, devido à pandemia de Covid-19, os rácios de capital do Novo Banco caíram para 12,3% no primeiro trimestre, com o banco a registar prejuízos de 180 milhões de euros, o que vai obrigar a instituição a rever as necessidades de capital.
No total, o Novo Banco já recebeu 2.978 milhões de euros do Fundo de Resolução para se recapitalizar, dos quais 2.130 milhões de euros foram de empréstimos do Tesouro.