Jerónimo de Sousa foi ainda questionado sobre a intenção de manter a festa do Avante, admitindo que a decisão vai ter em conta as circunstâncias do momento.
Jerónimo de Sousa faz depender o crescimento da economia do aumento dos salários entre portugueses perante a crise provocada pela pandemia da covid-19. O secretário-geral do PCP alerta que os apoios de milhões de euros anunciados pelo Governo no combate à crise das empresas, por enquanto, "são palavras".
O secretário-geral do PCP falava esta tarde em Portel, tendo levado ao Alentejo a iniciativa a que os comunista deram o nome de "No combate ao vírus nem um direito a menos", olhando para as micro, pequenas e médias empresas, "que estão com a corda na garganta, com o seu pequeno negócio a ir à ruína", disse, sem perder de vista, os trabalhadores independentes e produtores que perderam rendimentos.
Jerónimo de Sousa lamentou que "num quadro em que se anunciam tantos e tantos milhões para acudir a esta situação, a verdade é que, por enquanto, são palavras", alertou, vindo a aludir à experiência dos primeiros quatro anos da governação de António Costa, para defender "a valorização dos salários e dos direitos é bom para economia."
O líder comunista receia, por isso que esta "lição" possa estar em causa neste momento, segundo admitiu em declarações aos jornalistas, depois de ter considerado durante o discurso, em pleno Parque da Matriz - no jardim de Portel - que as medidas de apoio "têm pés para andar, tendo em conta a disponibilidade do governo para as considerar", embora estranhe que não contem no Orçamento Suplementar.
"Dizem-nos que não há dinheiro para isso tudo. Então e para o Novo Banco? E os milhares de milhões de euros a fundo perdido, vindos da União Europeia? A virem, vão para onde e para quem?", questionou.
Jerónimo de Sousa foi ainda questionado sobre a intenção de manter a festa do Avante, numa altura em que o número de portugueses infetados com covid-19 continua a aumentar, admitindo que a decisão vai ter em conta as circunstâncias do momento, ressalvando que existe a "vontade de fazer a festa", recordando como a quintal da Atalaia (Amora) tem uma área de 30 hectares, que representam cerca de "30 campos de futebol".