Temperaturas elevadas que se fizeram sentir nos últimos dias contribuiram para numeros da mortalidade excessiva.
Nos primeiros 16 dias de julho morreram quase mais mil pessoas do que o normal para a época, tendo em conta os dados dos últimos cinco anos, desde que se iniciou o registo digital das mortes em Portugal, a grande maioria devido ao calor.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, revelou esta sexta-feira em conferência de imprensa que desde o início do mês foram registadas mais 919 mortes, "quase todas relacionadas com dias de calor".
"A partir de 5 de julho, e sem contabilizar as mortes por Covid-19, houve algum incremento na mortalidade que se continua a verificar. Até ao dia 14, já tínhamos registado mais 388 óbitos. Nos dias 15 e 16 também tivemos aumento relativamente a períodos homólogos", explicou Graça Freitas.
"Os dois primeiros meses de 2020 foram meses com menos casos do que a media do quinquénio. No fim de maio, tínhamos mais 2189 óbitos do que a média dos cinco anos anteriores. Cerca de 2000 e poucas mortes eram explicados pela mortalidade Covid mas também por um pico de calor entre 23 e 30 de maio, segundo dados do Instituto do Mar e da Atmosfera", esclareceu Graça Freitas.
A mortalidade associada ao calor verifica-se acima dos 75 ou 85 anos, pelo que os mais velhos e outras pessoas vulneráveis, como crianças e pessoas com doenças agudas, devem beber água com muita frequência, mesmo sem sede, permanecer em ambientes frescos e arejados, evitar a exposição direta ao sol e as horas de maior calor, usar roupas leves, chapéu e protetor solar.