Sociedade

Confiança nos transportes públicos abalada. Autocarro é considerado meio mais inseguro

LUSA

O estudo da ACP concluiu que 83% dos passageiros inquiridos deixou de viajar em autocarros ou, pelo menos, diminuiu a utilização deste meio de transporte.

A pandemia da Covid-19 veio abalar a confiança nos transportes públicos e o autocarro é considerado o meio mais inseguro pelos passageiros. A taxa de abandono dos transportes coletivos aumentou e o uso de bicicletas, trotinetas e motos também aumentou. As conclusões são de um barómetro da Automóvel Club de Portugal (ACP) ao qual a TSF e o Jornal de Notícias se associaram.

O estudo concluiu que 83% dos passageiros inquiridos deixou de viajar em autocarros ou, pelo menos, diminuiu a utilização deste meio de transporte. A tendência é a mesma em relação ao metro ou ao comboio, com reduções na ordem dos 80%. Em relação aos aviões, 68% deixou mesmo de voar e 23% voa menos.

O medo do contágio da Covid-19 fez disparar a utilização do carro para as deslocações do quotidiano e no barómetro ACP TSF/JN, o automóvel foi considerado o meio de transporte mais seguro, com 14% dos inquiridos a assegurar que vai utilizar mais este meio de transporte.

Em segundo lugar está a bicicleta seguido da moto e da trotineta. O uso de trotineta regista um aumento de 50% na utilização, no caso da moto a subida é de 29% e na bicicleta é de 25%.

Em relação ao uso de máscara no automóvel, 48% dos inquiridos dizem utilizar quando viajam com idosos. Nas deslocações com crianças, a utilização de máscara baixa para 35%. No caso de viajarem de carro com colegas de trabalho, familiares ou amigos, cerca de 40% dos passageiros garante usar máscara. Apenas 9% usa máscara no carro mesmo estando sozinho.

FICHA TÉCNICA

Universo: Indivíduos maiores de 18 anos residentes em Portugal.

Amostra: Amostragem por quotas, obtida a partir de uma matriz cruzando sexo, idade e região (NUTSII), a partir do universo conhecido, reequilibrada por género (2) e escolaridade (2). A amostra teve 624 entrevistas efetivas: 450 entrevistas CAWI e 174 entrevistas CATI; 152 entre os 18 e os 34 anos, 196 entre os 35 e os 49 anos, 153 entre os 50 e os 64 anos e 123 para os 65 e mais anos; Norte 194, Sul e Ilhas 85; Área Metropolitana de Lisboa 209; Centro 136.

Técnica: Aplicação online - CAWI (Computer Assisted Web Interviewing) - de um questionário estruturado a um painel de indivíduos que preenchem as quotas pré-determinadas para os indivíduos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos; entrevistas telefónicas - metodologia CATI (Computer Assisted Telephone Interviewing) do mesmo questionário devidamente adaptado ao suporte utilizado, ao sub-universo utilizado pela AXIMAGE nos seus estudos, com preenchimento das mesmas quotas para os indivíduos com 50 e mais anos e outros. O trabalho de campo decorreu entre 5 e 8 de julho de 2020.

Erro probabilístico: O processo amostral, não sendo aleatório, implica a não indicação do erro probabilístico. Contudo, para efeitos de comparação, para uma amostra probabilística com 624 entrevistas, o desvio padrão máximo de uma proporção é 0,019 (ou seja, uma "margem de erro" - a 95% - de 3,90%).

Responsabilidade do estudo: Aximage Comunicação e Imagem Lda., sob a direcção técnica de José Almeida Ribeiro.