Sociedade

População idosa e com doenças crónicas elevam risco de doença severa durante a pandemia

Há 1,5 milhões de portugueses em risco de desenvolver doença severa Orlando Almeida/Global Imagens

Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública, lembra que há uma fração significativa da população portuguesa cujas características elevam o risco de desencadear doença severa se contraírem Covid-19.

Um estudo divulgado esta manhã pela TSF dá conta de que um milhão e meio de portugueses encontra-se em risco de doença severa se contrair Covid-19. Este é um número que não surpreende Ricardo Mexia, presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública.

O representante de médicos de saúde pública lembra que a população portuguesa é bastante envelhecida e que há um conjunto significativo de portugueses com patologias que poderão ser agravadas com o contacto com o novo coronavírus. "Sabemos que a idade, bem como outras doenças de base, são fatores determinantes para desenvolver complicações no caso de a pessoa ser infetada com Covid-19", avisa Ricardo Mexia.

De resto, o número avançado esta manhã pela TSF "parece ser consentâneo com o que é a dimensão da população que reúne essas características", analisa o presidente da Associação Nacional de Médicos de Saúde Pública. "Já tínhamos identificado que é a população mais vulnerável e que temos de desenvolver esforços para proteger", lembra.

Na perspetiva de Ricardo Mexia, "o que se tem verificado nos lares é um sinal dessa vulnerabilidade que os idosos apresentam". É importante, realça, dar seguimento a medidas que mitiguem os riscos a que esta população de risco é exposta. Há uma necessidade de resguardar os idosos, por exemplo, de situações de risco de maior disseminação da doença: "Temos de encontrar soluções para que eles tenham o menor risco de exposição, como ao encontrar serviços que reduzam a probabilidade de terem de andar em transportes coletivos sobrelotados, em que têm contacto com um maior ajuntamento de pessoas."