Há um número que marca as manchetes dos jornais espanhóis esta manhã: 1 milhão. 1 milhão de empregos que a Covid fez desaparecer.
Está no El País: "o coronavírus leva por diante um milhão de empregos"...
Está no ABC: "A maior destruição de empregos da nossa História"... da história espanhola
Está no La Vanguardia: "Espanha destruiu mais de 1 milhão de empregos no estado de emergência"...
Está no La Razón: "Mais de 1 milhão de empregos perdidos"...
Está no El Correo: "A Covid destrói 1 milhão de empregos no pior trimestre da história"... e isto apesar do ERTE, que é o lay off lá em Espanha... ERTE, Expediente de Regulação Temporária de Emprego.
Se o número for escalpelizado, dividido por regiões não deixa de ser impressionante também: o diário de Cadiz diz que a cidade bateu o recorde de população inativa com 508 mil e 400 pessoas (claro, que nem tudo é gente que perdeu o emprego)... o diário de Sevilha diz que o coronavírus destruiu quase 50 mil empregos na cidade andaluz em três meses. Em Málaga, diz o diário local, foram quase 37 mil. Em Granada 38 mil.
O tema não conhece fronteiras... O Le Monde põe em manchete que o desemprego em massa se amplifica em França. Mais de 6 milhões de pessoas, em atividade ou não, estavam à procura de emprego em junho. Aqueles que estão sem qualquer atividade diminuíram um pouco, mas ainda assim, são 4 milhões e 200 mil. Taxa de desemprego de 11%, aumento de três pontos percentuais no ultimo ano. Diz o Le Mnde que os economistas acolhem favoravelmente as medidas do governo em favor dos jovens.
Em dois outros jornais franceses, o Libération e o L"Humanité há uma mesma foto de uma mulher... na foto ainda jovem, morreu ontem com 93 anos... Giséle Halimi, a luta continua diz o Libération da advogada que era figura central do feminismo, a favor da legalização do aborto, figura central também no combate anticolonialista...o L"Humanité resume: "uma vida de combate".
O Fígaro diz que por causa do que faz ao povo Uigure, a China está sob pressão internacional. Os Estados Unidos querem sanções contra altos responsáveis chineses e empresas acusadas de participar na opressão sistemática da minoria muçulmana. Em editorial, o Fígaro escreve: Gulag chinês. E no texto do editorial, pode ler-se que as rotas da seda estão a comprar lealdades.
No Shangai Dailay leio que a China suspende pactos de extradição a partir de Hong Kong. Suspende os acordos existentes com Canadá, Austrália e Grã-Bretanha, depois de os três países terem rompido acordos com Hong Kong na sequência da aprovação da lei de segurança nacional para o território por parte de Pequim. O MNE chinês diz que a politização da cooperação judicial é um desvio da salvaguarda da justiça. Ainda bem que o reconhece.
No Global Times, também chinês, escreve-se que a China precisa de deter a agressão americana. As tensões podem escalar e um conflito militar é visto como possível.