Política

CDS alerta que há atividades agrícolas que não podem parar

LUSA

O CDS questiona ainda se o Ministério da Agricultura está "preparado para responder ao setor caso venham a verificar-se perdas consideráveis provocadas por esta paragem forçada de 48 horas".

O CDS-PP criticou esta quarta-feira a proibição dos trabalhos rurais, que vigorou até terça-feira, alegando que a decisão "colide com a realidade" da produção nacional e defendendo que há atividades agrícolas que "não podem parar".

Na pergunta, endereçada à ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, a deputada Cecília Meireles assinala que a situação de alerta, devido aos incêndios, em todo o território continental vigorou entre as 00h00 de segunda-feira e as 23h59 de terça-feira e que ficaram proibidos nesse tempo todos os trabalhos rurais "exceto os de combate a incêndios florestais e a garantia da alimentação dos animais".

O CDS salienta que o Governo decretou "a paragem da quase totalidade das atividades agrícolas em território nacional, desde a rega ou o tratamento fitossanitário de culturas até à apanha de fruta ou colheita de produtos hortícolas".

"Compreendendo que a agricultura tem alguns equipamentos que podem eventualmente causar incêndios e que devem, por isso, estar proibidos, é preciso, por outro lado, ter noção de que há muitas outras atividades na agricultura que, por exemplo, precisam de água e não podem parar, muito menos em dias de elevadas temperaturas", salienta a centrista.

O partido assinala que não encontra "explicação para esta decisão dos Ministros da Defesa Nacional, Administração Interna, Ambiente e Ação Climática e Agricultura, tanto mais que colide com a realidade da produção agrícola nacional".

Assim, Cecília Meireles quer explicações da ministra da Agricultura "sobre o seu envolvimento nesta decisão que prejudica gravemente um setor que nunca parou, mesmo durante os tempos mais difíceis da crise pandémica".

Assim, quer saber como é justificada a proibição dos trabalhos em espaços florestais e rurais, se existem "dados que comprovem, por exemplo, a relação direta entre a rega ou o tratamento fitossanitário de culturas ou entre a apanha de fruta ou colheita de produtos hortícolas e o risco de incêndio" e ainda se "esta proibição vai repetir-se em dias de risco elevado ou muito elevado de incêndio".

O CDS questiona ainda se o Ministério da Agricultura está "preparado para responder ao setor caso venham a verificar-se perdas consideráveis provocadas por esta paragem forçada de 48 horas".