Sociedade

Um ano depois, obter estatuto de Cuidador Informal é um processo "extremamente burocrático"

Adelino Meireles/Global Imagens

Vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais critica as dificuldades encontradas no processe e lamenta a pouca informação disponibilizada.

Um ano depois da aprovação na Assembleia da República, o Estatuto do Cuidador Informal ainda não chegou a muitas das famílias que dele precisam. Os dados oficiais apontam para a entrada de pouco mais de 1300 medidas até ao final do mês de agosto, sendo que só 200 foram aprovados.

Em declarações à TSF, a vice-presidente da Associação Nacional de Cuidadores Informais, Maria dos Anjos Catapirra, lamenta que o número de pedidos que deram entrada seja tão baixo.

"O que me custa muito perceber é que só há 1300 cuidadores informais que pediram o seu reconhecimento", reconhece, acrescentando que o processo está "extremamente burocrático".

Maria dos Anjos Catapirra conta que recebe chamadas na associação e a grande maioria das pessoas tem "imensas dúvidas sobre os documentos que tem de apresentar" e critica o esclarecimento "péssimo" prestado por alguns balcões da Segurança Social.

"É dificílimo para algumas pessoas que não percebem sequer o que é o regime do maior acompanhado obter o consentimento da pessoa cuidada, pelo que desistem", lamenta. A falta de informação também faz com que as pessoas "não saibam que podem pedir [o estatuto] ou onde dirigir-se".

A vice-presidente da associação nacional dirige, por estas razões, um pedido particular às autarquias: o de que acompanhem de forma mais próxima os cuidadores informais.

"A associação acha que deveria haver uma proximidade maior das autarquias juntos destas pessoas, com a possibilidade de um gabinete de apoio no município ou junta de freguesia, com uma assistente social que desse o mínimo de explicações sobre o que é o processo e como pode ser entregue", exemplifica.

O processo pode ser feito "na Segurança Social Direta", algo que Maria dos Anjos Catapirra diz que a maior parte das pessoas não sabe, fazendo com que os possíveis candidatos não saibam que, mesmo "sem poder sair de casa para tratar dos papéis", podem tratar do processo.

Gonçalo Teles e Sara de Melo Rocha