Centro Circular

Guarda: Instituto Politécnico quer promover uso de energia solar para cozinhar

IPG vai fazer demonstrações junto da população para alertar para o uso eficiente dos recursos disponíveis Instituto Politécnico da Guarda

Os fornos solares podem atingir temperaturas até 140 graus. A instituição vai fazer demonstrações junto da população para alertar para o uso eficiente dos recursos disponíveis.

Jorge Gregório trabalha com fornos solares há anos. O professor do Instituto Politécnico da Guarda (IPG) já perdeu a conta à quantidade de workshops que deu para ensinar a cozinhar só com o sol. "Se não for usada, a energia solar acaba por se perder", explica. Por isso, é necessário fazer um uso mais eficiente dos recursos disponíveis, "complementando as diversas formas de energia que existem". "Claro que se pusermos um ovo ao sol ele não vai cozer. Mas se pusermos superfícies refletoras à volta, que façam incidir os raios solares no ovo, vamos conseguir cozinhá-lo", garante o investigador.

Para fazer um forno solar, Jorge Gregório enumera três premissas: "ter uma boa área de reflexão e concentração de energia num determinado ponto, para aumentar a potência do fogão; criar um efeito de estufa, para manter a temperatura o mais elevada possível; e usar uma panela preta", para ajudar a absorver o calor. Nos dias mais quentes, e em que há uma "insulação quase perfeita", o professor diz que consegue "atingir temperaturas de 140 graus, com um forno solar relativamente rudimentar".

Nas atividades de demonstração dinamizadas pelo IPG, sempre que aparece alguém que não conhece o método "a primeira reação é de incredibilidade, não acreditam que vá funcionar". Mas, ao fim de uma hora, já com a mesa posta, quando veem "um bolo pronto, chouriça assada ou maçãs assadas, a atitude das pessoas muda completamente", conta.

O próximo desafio é fazer secadores solares para desidratar a fruta. Neste caso, Jorge Gregório indica que "não podemos ter temperaturas tão altas, porque só queremos desidratar. Temos de trabalhar com um nível de energia muito baixo".

O IPG é uma das várias instituições que faz parte do Pacto Institucional para a Valorização da Economia Circular na Região Centro, dinamizado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro. Até junho de 2021 o instituto vai fazer vários workshops sobre fornos solares para apostar na formação da população.

Além do instituto, há várias entidades que estão também a promover o uso eficiente de recursos. Em Miranda do Corvo, a autarquia quer fazer a recolha de águas pluviais que podem ser usadas para rega em projetos municipais. A iniciativa tem a vantagem de ser uma opção mais económica e saudável para os solos. Já a Administração Regional de Saúde do Centro vai consolidar a estratégia de redução de gases de efeito de estufa através da análise e monitorização dos 525 edifícios que detém. O objetivo é reduzir o consumo de energia elétrica, gás e água, e ainda a diminuição da produção de resíduos.