Protesto, que aconteceu em pontes e ruas de todo o país, foi o terceiro desta semana e, de acordo com os meios de comunicação social locais, o maior dos últimos cinco meses.
Dezenas de milhares de israelitas manifestaram-se este sábado em protesto contra a forma como o Governo tem gerido a pandemia de Covid-19, após três semanas de confinamento total, e exigiram a demissão do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
O protesto, que aconteceu em pontes e ruas de todo o país, foi o terceiro desta semana e, de acordo com os meios de comunicação social locais, o maior dos últimos cinco meses, altura em que começaram a realizar-se manifestações semanais contra o Governo.
À semelhança do que tem acontecido nos últimos 10 dias, os protestos deste sábado foram condicionados pelas restrições impostas pelo Governo no final de setembro para travar a pandemia de Covid-19, nomeadamente a proibição dos participantes se deslocarem a mais de um quilómetro de suas casas.
Contudo, esta restrição, que muitos consideram "uma medida draconiana", acabou por levar ainda mais pessoas às ruas. Segundo o movimento Bandeiras Negras, mais de 200 mil pessoas participaram este sábado nas manifestações.
Os maiores protestos ocorreram na Praça Habima, em Telavive, e em frente à casa do primeiro-ministro, em Jerusalém. Nos dois locais houve confrontos entre os manifestantes e a polícia, que tem sido criticada pela violência utilizada.
Como em quase todos os sábados dos últimos cinco meses, os participantes nos protestos cantaram e dançaram, utilizando tambores, tachos e panelas.
"Estou aqui para lutar pela democracia israelita, para que os líderes deste país compreendam que é tempo de mudar. Estão a destruir a economia, a saúde e a confiança do povo. Chegou a hora de eles irem para casa", disse Ron Aran, um dos manifestantes, em declarações à agência EFE.
Num comentário aos protestos deste sábado, o Likud, partido do primeiro-ministro, disse que, "enquanto a esquerda continua a manifestar-se, Netanyahu continua a salvar as vidas de cidadãos israelitas".
Israel iniciou um segundo bloqueio nacional em 18 de setembro, cheio de exceções e que teve que ser endurecido uma semana depois devido ao aumento das infeções.
Nos últimos dias, o número de novas infeções pelo novo coronavírus tem vindo a baixar, tendo-se registado nas últimas 24 horas 2925 casos, com cerca de 37 mil testes realizados.
Na sexta-feira tinham sido reportados 3693 novos casos, com cerca de 50 mil testes realizados. Segundo o Ministério da Saúde, após três semanas de confinamento, a percentagem de positivos situa-se em 8%, em comparação com mais de 15% em 30 de setembro.
A pandemia de Covid-19 já provocou mais de um milhão e sessenta e nove mil mortos e perto de 37 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 2067 pessoas dos 85 574 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.