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OMS Europa destaca aumento de casos, mas menor mortalidade

AFP

Hans Kluge defendeu que "é altura de aumentar medidas restritivas" do contacto entre pessoas mais ligeiras, salientando que "a pandemia não inverterá o percurso por si".

A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou esta quinta-feira que o número de novos casos diários de infeção com o novo coronavírus na Europa é superior aos primeiros meses da pandemia, mas o número de mortes por covid-19 é inferior.

Em conferência de imprensa a partir da sede regional da OMS Europa, o diretor regional, Hans Kluge, apontou que o número de novos casos diários atualmente é "duas a três vezes" superior ao que acontecia nos primeiros meses da pandemia, mas o número de mortes é "cinco vezes inferior".

A explicação, adiantou, será o facto de "a transmissão se estar a dar em pessoas mais jovens e menos vulneráveis", mas alertou que a situação "tem potencial para piorar drasticamente com o contacto social entre gerações em espaços interiores".

Em 10 dias, o número de casos confirmados de infeção na região "passou de seis milhões para sete milhões" e que a covid-19 é atualmente a "quinta causa de morte".

Hans Kluge defendeu que "é altura de aumentar medidas restritivas" do contacto entre pessoas mais ligeiras, salientando que "a pandemia não inverterá o percurso por si".

Contudo, salientou, é preciso que essas medidas sejam "adaptadas às realidades nacionais e regionais" e devem ser "proporcionais e limitadas no tempo", devem ser baseadas em "dados epidemiológicos e ter em conta os efeitos colaterais" na sociedade.

O objetivo será evitar medidas ainda mais restritivas como o confinamento generalizado que se verificou em março e abril, com Hans Kluge a frisar que "a pandemia hoje não é o que era ontem", quando a maior parte dos países foi "apanhado" sem estar preparado para a enfrentar.

As medidas em que vale a pena apostar são as que encorajam a autoproteção e desencorajam as grandes concentrações de pessoas.

"Essas medidas visam manter-nos à frente da curva [epidemiológica] e achatá-la. Cabe-nos aceitá-las enquanto são ainda relativamente fáceis de cumprir antes que seja precisa uma ação mais severa", avisou o responsável da OMS.

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