Sociedade científica pede ao Governo um plano concreto para evitar o pior na saúde portuguesa neste outono-inverno.
A Sociedade Portuguesa de Gestão de Saúde pede ao Ministério que apresente rapidamente um plano "concreto" para responder àquilo que se espera para os tempos mais próximos, garantindo que o plano apresentado para o outono-inverno, a 21 de setembro, tem apenas "generalidades e boas intenções" que não chegam.
O apelo é feito por Miguel Sousa Neves, também presidente do Colégio da Competência em Gestão dos Serviços de Saúde da Ordem dos Médicos, que detalha à TSF que a forma como está a ser feita a comunicação com as pessoas é "péssima e não ajuda nada num momento em que os hospitais começam a ficar nos limites das suas capacidades, os centros de saúde não parecem funcionar e parece haver um descontrole ou desnorte a nível de comando".
A Sociedade Portuguesa de Gestão de Saúde diz que o plano conhecido não aponta caminhos concretos e é preciso "trabalhar em rede, criando uma rede sustentável para os doentes covid, e pensar, com muito cuidado, nos doentes não-covid, pois pode estar a morrer-se por falta de assistência.
Miguel Sousa Neves pede que se usem "os hospitais militares, as misericórdias, mesmo os privados", e que nos centros de saúde estes se dividam entre centros de saúde covid e não-covid, para que "não exista a necessidade de ir de madrugada ou de manhã cedo, pessoas idosas, à chuva, à espera de uma consulta, o que está a acontecer em muitos sítios do país".
"Não podemos voltar a ter pessoas pessoas doentes, uma ou duas horas à chuva, à espera de uma consulta", alerta o responsável por esta sociedade científica, que diz que, na prática, quem mais sofre com esta realidade são os mais pobres, que têm menos hipóteses de recorrer ao privado.