O Dia de Finados costuma ser o pico de vendas no setor.
O ano já estava a ser mau, sem casamentos, batizados e santos populares, mas agora ficou ainda pior para o negócio das flores que leva um novo corte no dia em que mais se costumava vender, com as limitações que se prolongam este fim de semana e afetam o Dia de Finados.
Rui Algarvio, vice-presidente da Associação Portuguesa de Produtores de Plantas e Flores Naturais, diz que estes dias são "mesmo, por norma, o pico da venda de flores, quer para o produtor quer para a florista". As quebras chegarão, este ano, em alguns casos, aos 60% ou 70%.
O representante do setor relata que a pandemia "começou na primavera, época de pico de produção, depois a crise prolongou-se no verão com casamentos, batizados e santos populares que não se realizaram, e termina agora com o Dia de Finados que podia ser a tábua de salvação de muitos produtos, mas que com as novas limitações em muitos concelhos temos a certeza que vai existir uma diminuição brutal das vendas".
Com as novas limitações deste fim de semana, "estarão em causa, certamente, postos de trabalho, e a situação começa a assumir contornos catastróficos", detalha o representante das empresas que sublinha que os produtores, como é habitual, aumentaram a produção para responder à procura do Dia de Finados.
Resultado: as flores produzidas vão, na maioria dos casos, para o lixo, tal como já tinham ido no período de março e abril, nomeadamente crisântemos, margaridas, gerberas ou rosas, que "nesta altura costumam ter saída e não vão ter vendas".