Sociedade

Feirantes admitem protestos esta semana. Cascais espera que Governo reabra feiras

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O autarca apela à sensibilidade do Governo nesta matéria e espera que a Feira de Cascais se realize já na próxima quarta-feira.

O presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, espera que o Governo volte atrás com a decisão de encerrar todas as feiras e mercados. Em Cascais, a medida prejudica mais de 200 famílias. Por isso, a autarquia vai comprar todos os produtos alimentares aos feirantes para os programas de apoio alimentar à população.

Carlos Carreiras, explica que a autarquia vai "comprar esses alimentos, caso não possam realizar as feiras", para "reforçar o programa alimentar" do concelho.

"Antes da pandemia, nós apoiávamos cerca de mil famílias. Agora, estamos a apoiar entre quatro mil e quatro mil e quinhentas famílias e tive de fazer mais um programa há dias, porque a procura de ajuda continua a aumentar, para mais mil e quinhentas famílias", adianta à TSF.

O autarca apela à sensibilidade do Governo nesta matéria e espera que a Feira de Cascais se realize já na próxima quarta-feira.

Quanto aos feirantes que vendem roupa, a Câmara de Cascais está a procurar soluções fora do comum.

"É preciso alguma criatividade e há possibilidade de fazer feiras não alimentares, nomeadamente com corredores em que as pessoas possam entrar e comprar a partir do carro. Há muitas soluções, é preciso é criatividade e vontade para que esta gente não fique sem rendimentos", remata.

A Câmara de cascais já fez as contas e, até agora, gastou 30 milhões de despesa corrente e 15 milhões em despesa de investimento por causa da Covid-19.

Joaquim Santos, da Associação Nacional dos Feirantes, aplaude decisão do presidente da autarquia de Cascais e espera que o Governo e o Presidente da República ajudem a resolver o problema.

"Será que neste país temos um Presidente da República que pensa? Temos um primeiro-ministro que pensa? Eles estão isolados, estão sozinhos. Então tomam uma medida destas e os autarcas estão contra estas medidas? Estão solidários connosco?", questiona.

O representante dos feirantes defende que "é de louvar aquilo que foi a atitude que ontem me transmitiu o senhor presidente da Câmara de Cascais" e sublinha ser "crucial o senhor Presidente da República não promulgar a sexta medida que o primeiro-ministro lançou", bem como "o senhor primeiro-ministro deixar de ter esta obsessão pelas feiras".

Por isso, caso o Governo não entre em diálogo com o setor, haverá protestos.

"Nós estamos de coração aberto para dialogar com o Governo. Eles que não se escondam daquilo que foi uma má decisão deles. Nós estamos abertos a que isto seja retirado e voltarmos a negociar medidas de restrições. Se for preciso fechar uma feira mais cedo, fechamos mais cedo. Agora, se nos obrigarem a ir para Lisboa, nós vamos, sem dúvida. Entre quinta e sexta-feira, se tivermos tudo preparado e as devidas autorizações, os feirantes irão mover-se no sentido de Lisboa", remata.

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