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Covid-19. Bruxelas prevê queda de 9,3% na economia portuguesa em 2020

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Boletim macroeconómico do outono agrava perspectiva de 2020, mas antecipa crescimento de 5,4% em 2021 e 3,5 em 2022.

A economia portuguesa deverá chegar ao final do ano com uma quebra de 9,3 por cento do PIB. Este resultado é superior à contração de 7,4% que deverá registar-se na média União Europeia, e da média da zona euro, onde o resultado negativo deverá atingir os 7,8%.

Na previsão de Bruxelas, todas as economias da UE em queda abrupta, vão registar crescimentos significativos já em 2021 e em 2022. Portugal, por exemplo, deverá crescer 5,4% no próximo ano, e 3,5% no ano seguinte. Em qualquer dos casos, acima da média da União Europeia.

O pior cenário previsto é o de Espanha. Se a previsão se confirmar o PIB espanhol terá uma queda de 12,4%. Segue-se Itália, que deverá cair 9,9%, França 9,4% e Grécia 9,0%.

A Alemanha deverá ter uma queda menos acentuada do que o inicialmente previsto, por Bruxelas. No boletim da primavera, a Comissão calculava uma quebra de 6,5% no "motor da economia europeia", e agora calcula que a queda venha a situar-se em 5,6%. Mas, as taxas de crescimento deverão também ser mais suaves nos dois próximos anos, ou seja, 3,5% em 2021 e 2,6% em 2022.

Desemprego

Bruxelas melhora significativamente as perspectivas em relação ao desemprego e calcula que no final do ano se situe nos 8,0%. Na primavera estimava que, no final deste ano, 9,7% da força laboral portuguesa estaria inativa.

A recuperação no mercado de trabalho será, porém, ligeiramente mais lenta do que a primeira previsão. Mas, com o desemprego deverá começar a cair no próximo ano, para 7,7% e 6,6 em 2022.

Na comparação com os mais atingidos da zona euro, destaca-se Espanha com o desemprego nos 16,7% este ano, mas com uma tendência de agravamento no próximo ano, para 17,9%. O cenário também é negativo na Grécia, que este ano chegará aos 18 % de desemprego, embora reduza ligeiramente nos próximos anos.

Dívida

Portugal chegará ao final deste ano com uma dívida pública superior ao pico registado durante o resgate, pico atingido em 2016, de 131,5% do PIB. Este ano deverá atingir os 135,1% do PIB. É a terceira dívida mais elevada da União Europeia, atrás da Grécia e de Itália.

Os especialistas de Bruxelas calculam que dentro de dois anos, a dívida pública já tenha caído para 127,2%.

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*Alteração da percentagem às 10h29