Prémio RegioStars destaca a forma como o projeto está a usar tecnologia do espaço em áreas como o transporte, o ambiente ou a agricultura.
O Centro de Incubação de Negócios da Agência Espacial Europeia (ESA BIC) em Portugal, coordenado pelo Instituto Pedro Nunes (IPN), de Coimbra, venceu o Prémio RegioStars. A distinção, promovida pela Comissão Europeia, identifica boas práticas de desenvolvimento regional apoiadas por fundos europeus. O ESA BIC Portugal suporta empresas que fazem inovação com tecnologia do espaço em várias áreas, como o transporte, o ambiente ou a agricultura.
O responsável pelo projeto, Carlos Cerqueira, conta que nos últimos anos têm sido várias as propostas apresentadas pelas startups, entre as quais um material usado para "proteger satélites que passou a ser usado na construção civil", ou uma solução para a "remoção de lixo espacial". "Nas últimas empresas que entraram, surgiu um grupo de juristas, que normalmente não associamos ao espaço, que usou dados de observação da terra para conseguir provar crimes ambientais em tribunal", revela.
Para o também diretor de Inovação do IPN, o prémio é um "sinal exterior" que indica que é feito "um trabalho sério, que dá resultados, e que tem impacto". "Por cada euro investido neste projeto, há cerca de cinco vezes mais que retorna para a sociedade", sublinha o responsável.
Quando chegam ao ESA BIC Portugal, as empresas têm um apoio técnico durante dois anos, "com financiamento a 100% de 50 mil euros" que lhes permite criar um protótipo e que "é muito importante na fase inicial". Carlos Cerqueira salienta que "há muito talento em Portugal" e que, "se forem dadas oportunidades" às pessoas, surgem "empresas e produtos que fazem a diferença".
Nos primeiros cinco anos de atividade, o projeto ajudou a gerar mais de 11 milhões de euros em vendas e volume de negócio, criando 30 startups e cerca de 100 postos de trabalho altamente qualificados.