Sociedade

Voluntários do Politécnico de Bragança ajudam alunos carenciados

Programa de voluntariado do Politécnico de Bragança Calado Rodrigues

No ano passado foram ajudados 120 alunos. Por todas as contingências, este ano o número será ultrapassado.

O Politécnico de Bragança está a angariar bens e roupas para ajudar alunos carenciados. Com a pandemia e todas as restrições inerentes, o número de estudantes que necessitam de alguma ajuda aumentou. Este ano não houve a habitual praxe solidária, e o programa de voluntariado do Instituto pôs mãos à obra, e está a criar uma banco de alimentos e roupas para ajudar durante todo o ano.

Diana Amorim é de Vila Praia de Âncora, estuda Tradução de Espanhol e Inglês, e resolveu separar algumas roupas. "À procura de calças para depois podermos dividir o que é de homem e o que é de mulher. Sempre quis fazer parte duma ação de voluntariado, agora tenho bastante tempo livre e achei melhor juntar-me e fazer alguma coisa de útil com o meu tempo livre e ajudar."

Ao lado, com a devida distância de segurança, Cindia da Veiga, cabo-verdiana, estudante do segundo ano de Tecnologia Biomédica. Tem razões para querer ajudar. "É que eu sei que há muitas pessoas que passam por dificuldades e é por isso que estou aqui, para ajudar. Quando cheguei aqui, no ano passado, não tive tanta ajuda assim, e sinto-me bem a ajudar os outros."

Na mesma sala, no segundo andar do Centro Social do Santo Condestável, ao lado do castelo de Bragança, ajuda também a polaca Ionela. Estuda Relações Internacionais. "Sempre quis ser voluntária e estou muito satisfeita por poder ajudar nisto."

A recolha de bens e roupas começou a semana passada em todas as escolas do Politécnico. O padre Calado Rodrigues é o capelão da instituição e responsável pelo voluntariado. À entrada do centro social explica como tudo vai funcionar.

"Até para não provocar tanta interação, os alunos registam-se (numa plataforma digital), pedem os alimentos que mais necessitam e depois vêm aqui levantar. Os voluntários estão aqui, neste primeiro gabinete onde têm já os alimentos preparados para levarem. As roupas estão em cima porque têm que entrar e escolher".

O padre espera que a comunidade continue a contribuir ao longo do ano. "Para também não termos grande avolumar de géneros, agora no início do ano e depois termos falta mais para a frente".

Para a frente andou a criação deste banco de bens ainda que com muito menos voluntários. Anabela Martins, da direção do IPB, realça a solução, criada depois de não ter havido a praxe solidária que colmatava essas necessidades.

"E, em contrapartida, o número de pessoas que ficaram em situações mais complicadas, aumentou. Estamos a tentar criar um banco alimentar e de roupas para quem tenha mais dificuldades agora, quer inerentes à sua condição económica quer sobretudo na sequência da pandemia, possam recorrer e não passar mal".

No ano passado foram ajudados 120 alunos. Por todas as contingências, este ano o número será ultrapassado.