Política

Emigrantes portugueses querem votar por correio nas presidenciais

Andrew Cowie/AFP

Os milhares de portugueses que vivem no estrangeiro têm de se deslocar presencialmente aos consulados para escolher novo Presidente da República.

No dia em que Marcelo Rebelo de Sousa anuncia a data das eleições presidenciais, o movimento de emigrantes "Também somos portugueses", pede a alteração urgente das leis eleitorais para que possam votar por correio.

O voto postal já foi usado nas últimas eleições legislativas, mas não está previsto para a escolha do Presidente da República: os emigrantes têm de se deslocar presencialmente aos consulados para votar.

Paulo Costa, do movimento "Também somos portugueses", lembra que em plena pandemia de Covid-19 é ainda mais urgente permitir o voto postal.

"Votar presencialmente já é mau normalmente, em cenário de pandemia não faz sentido nenhum", defende. "Em muitos lugares não é possível uma pessoa deslocar-se. Há confinamentos nesta altura e nada nos garante que na altura das eleições presidenciais não haja confinamentos outra vez".

O movimento de emigrantes portugueses já escreveu aos grupos parlamentares, à Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias e também à Comissão de Negócios Estrangeiros e Comunidades Portuguesas.

Os representantes do movimento vão ser recebidos ainda esta semana pelo PSD e na próxima semana têm encontro marcado com o PCP.

A dois meses das eleições presidenciais, Paulo Costa acredita que ainda há tempo de mudar a lei para não deixar de fora mais de um milhão de portugueses que vivem no estrangeiro.

"Assembleia da República deviam ter consideração por esses portugueses todos e dar-lhes os meios de poder votar (...) É uma questão de quererem."

Paulo Costa nota que o PSD sempre foi favorável a alargar o voto por correio às eleições presidenciais, portanto bastaria o PS "dar um sinal ao ministério da Administração interna em relação a isso".