Sociedade

Enfermeiros assinalam dia de luto e exigem retoma das negociações de condições laborais

Manifestação nacional de protesto, com a presença do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (imagem de arquivo) Reinaldo Rodrigues/Global Imagens

O Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem vão manifestar-se esta quarta-feira para exigir que o Executivo recupere as negociações do acordo coletivo de trabalho. Os sindicalistas falam de uma espera de mais de um ano.

Dois sindicatos de enfermeiros assinalam nesta quarta-feira um dia de luto pela enfermagem. O Sindicato dos Enfermeiros e o Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem tencionam mostrar símbolos negros por todo o país, para exigir ao Governo que retome as negociações do acordo coletivo de trabalho

O sindicalista José Azevedo sublinha que a espera vem de longa data. "Temos um acordo coletivo de trabalho, que entregámos em 15 de agosto de 2017", começa por dizer, em declarações à TSF.

Em 2017, houve "um período muito agitado de lutas". Os ministros das Finanças e da Saúde assinaram "um protocolo de processo negocial", durante o qual foram debatidas 80 cláusulas. "Quando entrámos nas cláusulas das remunerações, ficou tudo parado no ano passado, e nunca mais nos deram seguimento." José Azevedo conta que a morosidade do processo levou a uma espera de vários meses. "Estamos à espera, há mais de um ano, para retomar as negociações e concluir o acordo coletivo", aponta o sindicalista.

Para o dirigente do Sindicato dos Enfermeiros, o acordo coletivo é importante para permitir mais organização nos hospitais. "A falta de chefias, a falta de carreiras, a falta de organização, em termos gerais, é que faz com que muitas dificuldades se agravem, porque depois não há quem decida, não há quem assuma responsabilidades", critica José Azevedo.

O resultado, acrescenta ainda, é uma "anarquia generalizada" que leva os enfermeiros a ficarem "desmotivados, tristes e mal pagos".

"Todos estes abandonos nascem numa rede de administradores hospitalares que se fazem esquecidos", lamenta o dirigente sindical.

Rui Silva e Catarina Maldonado Vasconcelos